Notícia

Carina Vitral: A crise e a UNE

2 junho, 2017

 
O próximo Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), entre os dias 14 e 18 de junho, acontecerá em Belo Horizonte. Para entender como a principal entidade de representação da juventude brasileira vem se posicionando frente à crise política, o portal ‘O Beltrano’ conversou com a presidenta da entidade, Carina Vitral.
Carina é uma jovem de 29 anos, mas que aparenta menos. Estuda economia na PUC de São Paulo e encerrará seu mandato neste Congresso, que elegerá a nova diretoria para os próximos dois anos.
Ela ganhou holofotes ao se candidatar a Prefeitura de Santos nas últimas eleições municipais, mas também pelo momento histórico transcorrido em seu mandato e por ter colocado a UNE no centro dos movimentos contra o impeachment de Dilma, contra o Golpe, pelo ‘Fora Temer’ e por ‘Diretas Já’.
Nosso encontro
A convite de O Beltrano, a entrevista aconteceu no Mercado Central, em uma mesa do restaurante Casa Cheia, que Carina ainda não conhecia. Chegou acompanhada de Luana Ramalho, presidente da UEE de Minas e um pequeno grupo da UNE. Do cardápio, Carina escolheu torresmo de barriga como entrada e mexidão e almôndegas como prato principal. Aceitou compartilhar da nossa cerveja, mas não chegou a esvaziar um copo.
Ao primeiro olhar, o que se pensa daquela moça é “Meu deus, ela é muito jovem para fazer tudo o que faz!” Mas cinco minutos de conversa e está desfeita qualquer suspeita de inexperiência. Pode-se concordar, discordar, amar e até odiar Carina Vitral. Mas não tenha dúvida, ali está uma mulher que sabe o que quer e sabe bem como fazê-lo.
Falamos de tudo: de golpe, de crise e de possibilidades. Mas deixemos vocês com ela.
Sobre as manifestações em Brasília de 24 de maio
Muitas pessoas mais antigas dizem que foi a maior de todos os tempos. Muito representativa, muito forte. E o que contrasta com isso foi o tamanho da repressão. Brasília, depois do Temer, está inviabilizada de se fazer passeata. A gente não consegue mais chegar no Congresso Nacional. Me responda uma coisa. A violência aconteceu por que a polícia respondeu ao ‘black bloc’, à alguém mais radicalizado, e em algum momento a coisa toda degringolou? Absolutamente não. Quando (a manifestação) chega na Esplanada, perto do Congresso Nacional, como eles acham que não tem efetivo, começam a dispersar com bomba. Mas como você dispersa 150 mil pessoas que não são dali e não conseguem pegar um ônibus e ir embora pra casa? Eles jogam bomba dentro dos ônibus!
Sobre infiltrados na manifestação.
Tem uma foto de um cara gigante embrulhado numa bandeira do PCdoB. Qual militante do PCdoB se embrulharia na bandeira pra quebrar as coisas?
Sobre repressão e autoritarismo
A minha geração aprendeu sobre repressão nos livros de história. Mas seus resquícios estão nos dias atuais. O enquadro da PM, o extermínio da juventude, são coisas que a gente convive no dia a dia. Mas a repressão propriamente dita, como a cassação do direito de expressão, eram coisas que a gente via só nos livros de história. E é uma geração que até por isso luta muito. Por que viu o Brasil mudar e tem esperança na luta. Vimos que a luta resolve depois de junho de 2013. A coisa da estética da luta, de ver que precisa participar e querer participar. Essa é a minha geração, e para a gente é muito chocante perceber que começamos a viver coisas que a gente só leu nos livros.
Sobre o filme da UNE
Agora terminamos um filme da UNE, que é o filme que deu na polêmica da entrevista com o Serra (Carina e José Serra foram fotografados abraçados e sorrindo). Chama ‘Praia do Flamengo, 132’. É um filme que conta a história da nossa sede, incendiada na ditadura militar e retomada pelo Itamar (o terreno). E que no governo Lula a gente recebeu uma indenização para reconstruir. Basicamente o filme trata de três momentos: primeiro, revela o que acontecia antes na sede, a pujança da cultura, os debates entre os estudantes e a classe política da época. Depois, a derrubada da sede, o incêndio, quando se sente a instauração do fascismo. Muita gente acha que foram os militares (que provocaram o incêndio), mas foram organizações paramilitares. Foi o CCC (Comando de Caça aos Comunistas, organização de extrema direita), foi o próprio movimento estudantil organizado de direita que incendeia e a ditadura vai e demole. E, por último, a história da retomada, da nossa geração, a ocupação e tal.
Sobre a polêmica em torno da foto com Serra?
Eu acho que a polêmica traduz a miséria política que a gente vive no Brasil. Por que os grandes atos e os grandes gestos que a política exige para construir uma noção não recebem ‘likes’. Essa competição de ‘likes’ leva a gente para um buraco sem tamanho. Uma polarização burra. A polarização de ideias é saudável e leva à superação dos dois lados, à disputa de teses sobre os caminhos do Brasil. Já a polarização burra interdita o debate. Ela não consegue abrir diálogos e fazer interseções. A pluralidade é pedagógica, o diálogo entre os diferentes. E o que fiquei mais abismada é que (o abraço) era completamente justificável. Não era um ministro do governo Temer, que não reconheço. Era (o set de) um filme sobre a história da UNE, entidade da qual ele foi um dos presidentes mais importantes. E mesmo assim, depois de justificado, as pessoas não compreenderam e falaram coisas como “vocês deveriam apagar o Serra da história da UNE”.
Sobre o papel da UNE
A UNE sempre foi assim, uma entidade muito complexa. É representativa dos estudantes, mas também é um movimento social. O que exige da gente uma ponderação muito grande por nossa amplitude, um apreço por nossa pluralidade. Hoje, a UNE é uma das únicas entidades dos movimentos social ou da institucionalidade brasileira que é absolutamente plural. Qual é a instituição brasileira, além do Congresso Nacional, que reúne do PSTU ao PSDB? É uma pluralidade que ninguém tem e por isso ninguém entende. Mas isso significa que a gente é conivente com a direita? Claro que não. Isso significa que a gente não tenha luta política? Claro que não. Mas significa que, respeitando a nossa pluralidade, conseguimos tomar posições sem dizimar nossos adversários. Se a direita brasileira tivesse começado no movimento estudantil, e aprendido com essa pluralidade, a política estaria muito melhor hoje. O problema é que a direita brasileira, os conservadores, são liderados por pessoas retrógradas como Bolsonaro e Marco Feliciano.
Sobre a formação política do movimento estudantil
Eu confio muito na qualidade dessa geração. Vocês vão ter oportunidade de ver no Congresso (da UNE, que acontece em BH). É impressionante o nível da formação dos jovens, a qualidade da formação política dessa geração. Por que são pessoas forjadas em sol quente. À direita ou à esquerda, são pessoas que viveram um intenso momento de luta política. E precisavam ser desafiadas como tal.
Sobre a importância histórica da UNE
De tempos em tempos, a UNE vive picos de mobilização e ascensão. E eles coincidem com as crises políticas e a história do país. A UNE é fundada na luta contra a guerra e o antifascismo. No início, apareceu uma dirigente estudantil que era miss. Uma estudante que, com a (eclosão da) Segunda Guerra, começa a se engajar, pacifista. Acontece então a reunião nacional dos estudantes em que se resolve fundar a UNE. Ou seja, a fundação da UNE se dá com uma mulher, uma miss, e a luta contra a guerra, a luta pela paz. Depois vieram a Petrobras, as reformas de base e a luta contra ditadura… A redemocratização em 80… FHC e toda a resistência contra as privatizações… e depois governo Lula, governo Dilma e, depois, a crise. Passei o governo Collor, né? Então, de tempos em tempos, o país passa por crises e a UNE se agiganta. É verdade. Mas para UNE se agigantar, era preciso que a ela continuasse viva de crise em crise. Porque, querendo ou não, qual entidade política que tem 80 anos? A UNE é a entidade mais antiga do movimento social em funcionamento.
Sobre a atual geração de lideranças estudantis
Eu acho que nossa safra é muito boa, modéstia à parte. Acho que existem centenas de ‘Carinas’ sendo forjadas nos DCEs, nos CAs. Eu gosto de comparar com o movimento sindical. Lá, fica cada um no seu sindicato, na sua central. Não acontece muito o diálogo. Num DCE de universidade pública é a maior polarização do mundo, a maior disputa de teses. E de tempos em tempos, a conjuntura faz com que essa turma seja catapultada para cima.
Sobre fazer política
Eu acho a política é empolgante. Desde a negociação de uma passeata com a polícia militar, até as coisas que a gente vive na entidade, como tentar desmobilizar a CPI da UNE que iria nos criminalizar. Os extremos são muito empolgantes. A dificuldade é, depois de viver um pico de extrema tensão, velocidade e empolgação, dar uma descansada e viver a vida normal. Por que é muita adrenalina. Eu acho que a política acaba sendo um instrumento de transformação. É um motor que não pode ser desacreditado. Por que a forma política de se fazer política é que precisa ser resgatada.
Sobre o renascimento dos movimentos de direita
Eu acho que eles só existem (referindo-se ao MBL – Movimento Brasil Livre, de direita) porque a UNE não é da direita. Na Venezuela, o movimento estudantil está lutando contra o Maduro. Em outros lugares do mundo, a juventude é uma grande massa de manobra para setores da elite fazerem estragos. Eu acho que a juventude brasileira não vai assumir pautas regressivas, porque a UNE existe. Se você for ver, junho de 2013 não trouxe resultados práticos positivos. Mas os protestos em si eram por causas extremamente positivas: a defesa da coisa pública, do transporte público, do direito à cidade. Nunca no Brasil a juventude embarcou em furada ou foi instrumento da direita. E eles (MBL e movimentos de direita) existem para polarizar a UNE. Eles surgem para cooptar a juventude para a pauta dos velhos, mas não conseguem, porque a juventude pode estar ‘p’ da vida” com a política, mas não foi pra rua pedir o impeachment da Dilma. O Ibope mostrou que a média de idade nos protestos pelo impeachment era de 45 anos, pessoas com ensino superior completo. Se você comparar visualmente uma foto de junho de 2013 e das manifestações pelo impeachment da Dilma, os públicos são absolutamente opostos. Qual a minha análise sobre o MBL e afins?:Acho que não são movimentos sociais de direita, são agências de marketing. São movimentos ocos, que se chamam de movimentos para esconderem que são descaradamente marketing. Por que o marketing, assim como a política, é deslegitimada. São marketing travestido de movimento para cooptar a opinião pública e disseminar mentiras. E de certa forma são bastante eficientes. Não dá para negar. Mas são muito nocivos para a política.
Sobre a candidatura à Prefeitura de Santos
Eu tive essa experiência de ser candidata à Prefeitura de Santos. E é muito instigante essa coisa da representatividade, de estar tão próxima do povo. Mesmo que você não viva a mesma realidade, que não more em palafita, você se permite a ter tanta identidade que vira uma simbiose muito grande. Isso é muito importante. Porque, se você parar pra ver, os políticos tem dois perfis basicamente, numa generalização bem grossa: aqueles que tem muita identidade popular e que cuidam muito dessa popularidade, mas não conseguem ir para as grandes teses, para as grandes articulações, até porque são muito cobrados. E os das grandes articulações das questões nacionais, como as reformas. Esses dois perfis são muito bem demarcados e fico pensando se não poderia haver uma justa medida neste sentido.
Sobre o futuro político
Adorei (a experiência da candidatura em Santos). E serei candidata em 2018. Sou pré-candidata. Provavelmente para deputada estadual, mas isso dependerá da construção da campanha. Tem muita coisa para acontecer até 2018, inclusive a reforma política. Então pode ser que eu saia para (deputada) federal.
Sobre a possibilidade de críticas de “carreirismo”
Eu me licenciei da UNE para concorrer à prefeitura de Santos, coisa que não tem nada a ver com a UNE, e não houve crítica nenhuma. Por que as pessoas pensavam que é óbvio que a Carina precisa se construir politicamente, e aquela era uma oportunidade. Então o que eu sinto é, na verdade, o contrário. É muita gente colocando expectativa dizendo “você vai, né? Um dia eu quero votar em você”. Muita gente do Brasil inteiro acompanhou a campanha em Santos e disse que queria que em sua cidade tivesse alguém assim pra votar. Então eu acho que é o contrário.
Sobre o engajamento político da juventude
Quando as pessoas falam que a juventude não gosta da política, eu digo que vocês não conhecem a juventude. (Os jovens) Não gostam da política da forma que ela é hoje. Não gostam da política dura, difícil, excludente. Mas têm consciência que ao ocupar uma escola estão fazendo política. Porque política é a reunião, a luta coletiva, a ação, a formulação. E (as ocupações) contaminaram muito o ambiente universitários. Primeiro porque as pessoas que ocuparam as escolas no ano seguinte estavam na universidade. E segundo porque os universitários, hoje, são mais jovens, por mais oportunidade, por causa do Enem. Entram com 16, 17 anos, e não são mais exceções da classe média.
Sobre a estrutura de financiamento da UNE
Sobrevivemos com a emissão das carteiras estudantis. Então, é a própria base do movimento financia a UNE. São os próprios estudantes. Não temos uma relação direta com o Estado, mas conseguimos alguns patrocínios para eventos específicos. Na Bienal da UNE (de Arte e Cultura) conseguimos o patrocínio do Ministério da Cultura, através da Lei Rouanet, e não tivemos problema em aprovar. Trata-se de um recurso do estado brasileiro, e não do governo. Legalmente, a UNE é uma OSCIP, e recebemos recursos para eventos. Por isso a gente diz que é estado brasileiro que financia alguns eventos. Mas não envolve comprometimento político. Tanto que a gente conseguiu aprovar agora o recurso no governo (para a Bienal) sem arredar o pé de gritar “Fora Temer”. O estado brasileiro precisa ter a consciência de que financiar um evento para 10 mil pessoas é função do estado. São 10 mil estudantes que se encontram para debater educação, para debater o Brasil.
Sobre as carteiras de estudantes
Até o governo do FHC, nós tínhamos o monopólio da emissão das carteiras, que acabou e foi desregulamentado com o Paulo Renato (Ministro da Educação no governo Fernando Henrique). Mas não houve uma democratização na emissão de carteiras, como eles defendiam. Na verdade, foram criadas várias entidades empresariais, cartoriais, que só emitem carteiras para ganhar dinheiro com a meia entrada. E gerou muita falsificação. O resultado foi que a meia entrada acabou, por que os espetáculos passaram a cobrar o dobro e a meia entrada se tornou o preço oficial. Então, chegamos a um entendimento, em 2013, com a nova lei da meia entrada, que limitava a 40% dos ingressos. Isso porque se 100% dos ingressos são meia entrada, então ela passa a ser inteira. Só faz sentido ter a meia entrada se ela for uma parcela dos ingressos. E regulamentamos um padrão nacional das carteiras, que agora são emitidas pela UNE, pelos DCEs e pelos Centros Acadêmicos. As dos secundaristas pela UBES e pelas UPES. E os pós graduandos pela NPG. A rede do movimento estudantil foi empoderada para emitir carteiras e isso aumentou muito a nossa receita. Conseguimos fazer convênios não só culturais, mas de transporte. Por exemplo, o passe livre em São Paulo é só com a carteira da UNE.
Sobre o voto útil
Eu não acredito na indiferença. Eu acho que as pessoas precisam se posicionar no amor e na dor. Não dá pra dizer que não tem diferença entre uma coisa e outra. Não dá pra dizer que não tem diferença entre Kalil e João Leite. Tem e a própria esquerda está se surpreendendo.
Sobre a crise política
Eu sou de 1988, a mesma idade da constituição. São essas coisas que nos fazem remeter a época da redemocratização, da superação da ditadura. Isso é muito simbólico. Eu acho que o país começa a perceber que de atalho em atalho a gente vai afundando. Com o impeachment da Dilma se relativizou à institucionalidade de tamanha forma que teve gente com esperança de que as coisas iriam melhorar. Mas o fato é que, em menos de um ano, a gente está de novo numa crise profunda. Os empresários estão dizendo agora que “estamos numa crise, precisamos continuar a fazer as reformas”. Sinto muito, mas essa crise foram vocês que criaram. Sinto muito, mas o Temer foram vocês que colocaram lá. Agora querem uma saída rápida, sem dor, mas vocês que colocaram o cara! Eu acho que a parte ruim é um descrédito cada vez maior na política. Por que as pessoas começam a dizer que de A a Z está todo mundo errado. Acho que nas eleições de 2018 vai haver uma abstenção muito grande. Maior ainda do que em 2016, que já foi forte.
Sobre o Congresso da UNE
Nós temos dois momentos importantes: A abertura do Congresso, na quarta, com a estréia do filme Praia do Flamengo, que vai ser um momento importante para todo mundo ver a entrevista polêmica do Serra. E na quinta e na sexta tem toda a programação, debates com vários nomes importantes: Bresser Pereira, Zé Eduardo Cardoso, Jandira Feghali, Wadson Ribeiro, que foi presidente da UNE e é daqui de Minas… Vários nomes importantes que vamos soltando pra vocês na medida que vão sendo confirmados. Mas tem dois momentos altos do Congresso: na quinta feira, uma passeata “Fora Temer” e “Diretas Já!”, que a gente está organizando com a Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, arrastão dos blocos e várias articulações interessantes. E na sexta vamos reeditar o Comício das Diretas, com a presença do Lula, no Mineirinho. Vai ser muito grande: Flávio Dino, Ciro Gomes, Bresser Pereira, a CNBB, Brizola Neto representando o Brizola, a OAB… Acho que é hora de a gente ampliar a união, inclusive com entidades que não se posicionaram durante o impeachment da Dilma.
Ainda sobre o Congresso da UNE
As duas novidades desse congresso é que o PSTU volta pra UNE. O ‘Mais’, na verdade. O PSTU durante 10 anos tocou uma entidade paralela, que era a ANEL (Associação Nacional de Estudantes Livres), que se desarticula agora e eles voltam pra UNE. E isso é ótimo para UNE, aumenta sua legitimidade e mostra que a UNE continua sendo importante. Ninguém quer o que não é importante. E quem também volta pra UNE é o PSDB, o PSD, o PMDB, o PP, e o Democratas. Na universidade, eles nunca abandonaram o movimento estudantil. O Caio Narcio (ex-presidente do DCE da PUC-MG) veio de lá, né.
Sobre as composições políticas dentro da UNE
O Congresso que me elegeu (2015) se deu num momento de grande turbulência política. Foi o Congresso que chamou todas as juventudes para uma grande unidade, a Unidade Pela Defesa da Democracia, e a primeira tarefa, saindo do Congresso, foi compor e construir o lançamento da Frente Brasil Popular. Isso amadureceu entre as diversas juventudes a compreensão de que, naquele momento, deveríamos deixar as divergências de lado e lutar para defender o Brasil e a soberania nacional. A juventude que entrou numa luta contra o golpe e que, no virar da chave, tomou o protagonismo da luta em defesa da democracia quando aconteceram as ocupações. Isso veio com os secundaristas e foi uma grande explosão. E que chegou até a s universidades. Aqui em Minas, tivemos a primeira universidade privada a ser ocupada no Brasil (PUC), em defesa da democracia e contra a PEC 55.
 
Por José Antônio Bicalho e Rafael Mendonça

PCdoB - Partido Comunista do Brasil - Todos os direitos reservados