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Imperialismo e Solidariedade aos Povos são debatidos em evento no FSM

14 março, 2018


O Fórum Social Mundial (FSM) 2018, em Salvador, contou com um debate sobre o imperialismo e a solidariedade aos povos, nesta quarta-feira (14/03), na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal da Bahia (FFCH/UFBA). O painel foi realizado pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e pela Associação Cultural José Martí (ACJM).
O debate contou com a participação de lideranças do Irã, Palestina, Cuba, França e Venezuela, além das brasileiras. A presidenta do Conselho Mundial pela Paz, Socorro Gomes, esteve no evento e iniciou as discussões com críticas aos Estados Unidos da América (EUA), que, segundo ela, estão na linha de frente do imperialismo mundial, liderando uma rede de ameaças aos povos.
“O grande responsável pela rede de ameaça tem nome e endereço: EUA e países da OTAN [Organização do Tratado do Atlântico Norte], seus aliados. Atuam desde o final do século XIX, quando surgem como potência, e passam a buscar mecanismos de hegemonia no mundo. O papel dos EUA é um papel-chave, o mais nocivo desse imperialismo”, explicou Socorro.
O imperialismo capitaneado pelos EUA não se visualiza, apenas, na hegemonia econômica, segundo Socorro. Há, segundo ela, o poder midiático e bélico. “Eles detêm poder econômico, mas, principalmente, ideológico. Detêm o poder da mídia, transformando vítimas em algozes. Se a guerra midiática não der certo, usam as armas, pois detêm também esse poder”.
A presidenta do Conselho Mundial pela Paz ainda defendeu que é preciso lutar contra o imperialismo como uma forma de garantir o direito de cada povo decidir o seu destino. “A luta contra o imperialismo é a luta pela soberania e independência dos países. Lutamos contra a ingerência na autodeterminação dos povos.  A paz com soberania é paz que todos nós queremos”, disse.
Na ocasião, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, reforçou as críticas aos EUA, principalmente em relação à recente decisão do presidente, Donald Trump, de considerar Jerusalém como capital de Israel. Para ele, ficou evidente qual a posição do país em relação aos conflitos no Oriente Médio, que não é de promoção da paz.
“Na palestina, pela primeira vez, as coisas ficaram bem claras: com Trump, os EUA não são mais um parceiro da luta pela paz. Os EUA estão aliados à ocupação de Israel ao território palestino. [Diante disso,] Todos estamos chamados a apoiar essa intenção de paz que empreendemos. Queremos a paz. A paz é uma posição estratégica. A guerra não é a solução. A guerra é a solução para Israel e para os EUA”, afirmou Ibrahim Alzeben.
Imperialismo interno
O debate foi marcado por uma provocação feita pelo iraniano Kamran Mostafavi, presidente do Centro de Cultura de Waritheen. Aos participantes, ele sugeriu que cada um olhasse para dentro si e identificasse se há evidências da cultura imperialista. Ignorar a luta e a miséria dos povos é, segundo ele, um dos indícios de que o imperialismo está dentro das pessoas.
“Temos que acabar com o imperialismo no mundo, mas, também, com o imperialismo que existe dentro de nós”, defendeu Kamran Mostafavi.
Bloqueio x Guantânamo
O encontro também contou com uma discussão sobre o bloqueio econômico a Cuba e a situação da província cubana de Guantânamo, onde está instalada uma base militar dos Estados Unidos. Os participantes ressaltaram a solidariedade à Ilha, e cobraram o encerramento das atividades da base militar e a devolução de Guantânamo.

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