Em entrevista à TV Câmara na tarde desta terça-feira (20), o vereador Helio Ferreira (PCdoB), de Salvador, falou de sua preocupação com o sistema de transporte público da cidade após o Consórcio que opera o serviço entrar na justiça para cancelar o contrato com a prefeitura. Assinado em 2014 com as empresas: Plataforma, Jaguaribe e Salvador Norte, que operam o sistema, a negociação custou aos empresários R$ 180 milhões para gerir o serviço por 25 anos. “Se isso acontecer como é que vai se dar a mobilidade em Salvador? Este formato foi um erro. Eu fiz várias falas, mesmo antes de ser vereador, que estava errado aquela situação, infelizmente os trabalhadores não foram ouvidos e agora estamos nessa situação. Não podemos ter um caos no transporte”
O parlamentar, que preside a Comissão de Transportes e Serviços da Câmara Municipal e o Sindicato dos Rodoviários da Bahia, questionou a manutenção dos pontos de trabalho e a qualidade do serviço. “Me preocupo com a sustentabilidade do transporte, em manter os postos de trabalhos e garantir o atendimento à sociedade. A população e os rodoviários correm um grande risco, caso o judiciário libere essa liminar para os empresários, pois pode suspender o serviço a qualquer momento. Claro que quem vier operar a gente vai exigir que garanta os postos de trabalho. Mas quem virá operar nessas condições? A verdade é que nenhum empresário de fora quer vir operar os transportes nestas circunstâncias”, criticou.
Na oportunidade, Helio informou sobre a realização de uma audiência pública com órgãos públicos competentes para discutir e encontrar solução para o problema. “Já estou propondo fazer uma audiência com o Ministério Público para nos ajudar. Vamos convidar todos os segmentos que puderem nos ajudar a achar uma saída para esta situação. ”, afirmou.
O edil aproveitou para parabenizar a categoria pelas manifestações realizadas nesta segunda-feira (19), que colaboraram para barrar a votação da Reforma da Previdência. “Foi uma vitória dos trabalhadores. Gostaria de parabenizar todos os rodoviários que contribuíram com esse movimento de ontem. A manifestação de toda classe trabalhadora fez com que tirasse a Reforma da Previdência da pauta e garantisse, até um certo momento, a aposentadoria do trabalhador, que é a sobrevivência do trabalhador. ”
Por fim, Ferreira criticou a intervenção militar federal na segurança pública do Rio de Janeiro. “Eu acho que o problema do país e do Rio não é a intervenção militar, é uma questão de políticas públicas para as pessoas que necessitam, porque lá a intervenção vai atingir as pessoas pobres e não os grandes, os ricos. É preciso ter muito cuidado porque não só tem o Rio de Janeiro, tem outros estados e quando a gente menos esperar estaremos sendo controlados pelo regime militar, por isso temos que olhar com muito cuidado, pois pode ser uma coisa muito perigosa para a democracia brasileira. ”, opinou.
