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100 mil vão às ruas de Salvador contra cortes de Bolsonaro na educação

15 maio, 2019

Foto: Manoel Porto


 
Cerca de 100 mil pessoas foram às ruas de Salvador, nesta quarta-feira (15/05), em adesão à Greve Nacional da Educação, marcada após os cortes orçamentários do governo Bolsonaro nos institutos e universidades federais de todo o país. Com percurso da praça do Campo Grande até à da Castro Alves, a passeata da capital baiana já é considerada uma das maiores da história das manifestações populares da cidade.
No ato, estiveram estudantes, professores, trabalhadores – não só da rede pública, mas, também, da particular – e representantes de entidades ligadas à educação, como APLB, Assufba, UNE, UEB, APUB, UBES, entre outras. Além de faixas e cartazes, a passeata também contou com um boneco gigante de Bolsonaro, que carregava a faixa de ‘inimigo da educação’ e abria a manifestação.
O presidente da União dos Estudantes da Bahia, Natan Ferreira, comemorou a participação massiva da categoria no ato, algo que ele avalia como uma resposta firme e necessária ao presidente da República. Natan ainda destacou que, em Salvador, a resistência aos cortes tem também um recorte racial, considerando que a capital é a cidade mais negra fora da África.
“A educação pública esteve, durante muito tempo, a serviço da elite branca. Quando começamos a mudar esse cenário, eles nos atacam. O povo negro precisa resistir nas universidades e nas escolas”, afirmou o presidente da UEB, em referência às políticas afirmativas de acesso e de negros e outros grupos historicamente marginalizados nas universidades públicas.
Além dos cortes na educação, também estavam na pauta de protestos a reforma da Previdência e o alto número de desemprego, que em abril chegou a 13,4 milhões. O ato da educação abre as mobilizações para a Greve Geral, marcada pelas centrais sindicais para o dia 14 de junho.
O presidente estadual da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Pascoal Carneiro, afirmou que a Greve Nacional da Educação é o ‘início do fim de Bolsonaro’. “Não vamos abrir mãos dos nossos direitos, e esse é só o começo da nossa jornada até a Greve Geral, em defesa da nossa Previdência”, concluiu.

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