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“Ações do Bahia me fizeram voltar ao campo”, diz líder da LGBTricolor

14 novembro, 2019

O Esporte Clube Bahia tem se destacado pelo engajamento em questões sociais do Brasil. Ultimamente, o clube baiano tem feito campanhas contra o racismo, machismo, homofobia e outras questões, e, por conta disso, foi destaque em uma reportagem do prestigiado jornal inglês The Guardian.
Na matéria, o jornal explica como o Bahia se tornou a “voz do povo”. O presidente do clube baiano, Guilherme Ballintani, concedeu entrevista aos jornalistas estrangeiros e falou sobre os diversos projetos e as ideias que teve desde que assumiu o comando do Bahia, em 2018.
“Tínhamos três objetivos: assegurar o sucesso do clube financeiramente, no campo e implementar ‘ações afirmativas’. Essas ações foram imensamente influenciadas por um núcleo criado dentro do clube que busca campanhas a favor das minorias no Brasil. “Se um clube de futebol pode ser o exemplo, provavelmente outras organizações irão seguir. O clube pode ser o canal de comunicação contra agressão, violência e intolerância, mas também de afeto, integração e amor”, completou o presidente.
A publicação cita eventos como o do dia da Consciência Negra, Dia das Mães, LGBT e outros. O fundador da recente torcida LGBTricolor, Onã Rudá, explicou que o posicionamento do clube provoca acolhimento, principalmente para o público LGBT, historicamente alijado do futebol.
“As ações do Bahia são inovadoras… Quando o clube defende grupos estigmatizados, eles estão afetando a cultura do lugar (do estádio de futebol), onde as pessoas não imaginariam que seriam contestadas. Olhe a campanha do vazamento de petróleo… Quando eu revelei que era gay, tive que sair do futebol, porque o ambiente é machista e masculino demais. As ações do Bahia me fizeram voltar ao campo, é o clube do povo”, disse Onã Rudá.
Nelson Barros Neto, que trabalha no clube como diretor de comunicação, criou um grupo no WhatsApp com 45 torcedores, com antropolistas, sociólogos, professores, advogados, mulheres, homens, negros, indígenas, cegos, surdos, etc… Com isso, sempre que há alguma data comemorativa, o Bahia se posiciona e faz alguma campanha.
O técnico do clube, Roger Machado, que recentemente teve viralizada uma declaração sobre o racismo no futebol, disse que o Bahia o encorajou a falar sobre o tema. “Tenho um grande sentido de pertencimento em Salvador. Bahia (o estado) e Bahia (o clube) me deram a coragem de fazer declarações contra o racismo. Estar inserido neste contexto me ajudou nesse problema”, comentou.
A gestão de Ballintani também tem trabalhado para dominuir o preço dos ingressos, principalmente porque o Bahia joga na Arena Fonte Nova, estádio de Copa do Mundo e com alto custo de manutenção.
 
Com ESPN

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