Um grupo de alunos do Colégio Antônio Vieira, tradicional colégio da rede privada de Salvador, não terá a matrícula do próximo ano letivo renovada, por espalhar discurso de ódio e violência através do whatsapp. Mensagens de conversas dos alunos em um grupo revelaram que eles faziam ataques a mulheres, indígenas e gays, ameaçavam uma professora e chegaram a defender a criação de um “ministério da tortura”, que seria “mais importante que o da cultura”.
Batizado de ‘Direita Delirante’, o grupo de whastapp dos estudantes tinha como foto do perfil a imagem do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e contava com a participação de jovens entre 14 e 17 anos. “Que tal mandar os bandidos pras reservas indígenas? Aí eles se matam e matam os índios também. Índio é inútil, só serve para ter feriado, que se pá que nem feriado é”, diz uma das mensagens.
A punição do colégio se estende também para os estudantes concluintes, do 3º ano do ensino médio, que não poderão participar da formatura, no final desse ano.
Revolta dos pais
A decisão da escola foi questionada por um grupo de mães dos jovens, que, em uma carta, criticam as punições, consideradas por elas desproporcionais. Na carta, as mães defenderam que a atitude dos filhos é ‘blefe’ de adolescente, “uma autoafirmação típica da idade”.