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As mentiras que inventam sobre os empréstimos do BNDES

14 janeiro, 2019

Especialmente durante os períodos eleitorais, circulam pela internet uma coleção de cards para o Wattsapp ou posts do Facebook disseminando mentiras a respeito dos empréstimos do BNDES para outros países, insinuando que o banco estaria entregando dinheiro público (impostos pagos por todos nós) a governos de esquerda de outros países.
Trata-se, entretanto, de uma enorme bobagem, resultado da má-fé dos adversários políticos do PT que se aproveitam da complexidade do assunto para disseminar informações falsas que em última instância prejudicam o BNDES e o próprio Brasil. Vejamos porque:
1) O BNDES não usa e nem faz empréstimos em dólar nesse tipo de operação, até porque o seu capital está denominado em moeda brasileira (reais);
2) Quando o BNDES financia um projeto que fica em outro país (um porto, uma usina hidroelétrica ou uma ferrovia) ele não manda dinheiro para esse país, por uma razão muito simples e óbvia: o real não é uma moeda internacional e de nada serviria um caminhão de reais na mão de um governante ou de uma empresa localizada fora do Brasil.
3) O dinheiro (R$) relacionado ao empréstimo fica todinho no Brasil, nenhum centavo sai do país. É cláusula do contrato de empréstimo que o dinheiro deve ser utilizado exclusivamente para pagar serviços e produtos realizados no Brasil por empresas que prestam serviço para o projeto contratado pelo país estrangeiro.
Por exemplo: para construir uma ferrovia, além da compra de diversos materiais (cimento; aço; equipamentos; tintas; etc) que podem ser produzidos no Brasil, é necessário contratar também sofisticados serviços de engenharia (projetos, cálculos, assessoria técnica, etc) que são feitos por empresas e profissionais do Brasil e no Brasil. Tudo isso, portanto, é adiantado em reais a estas empresas pelo BNDES, que receberá mais a frente o valor do chamado “principal” acrescido de juros, tudo pago pelo país que contratou o empréstimo
4) Todos esses empréstimos pressupõem o pagamento de um aporte inicial que deve ser realizado pelo país contratante como contrapartida obrigatória. Ou seja, em um primeiro momento, há uma entrada líquida de dinheiro no Brasil que se destina às primeiras aquisições de produtos e serviços a serem utilizados na obra no exterior.
5) Portanto, essa é uma maneira inteligente de desenvolver a produção nacional e estimular a geração de bons empregos no Brasil, aproveitando a demanda de uma obra ou um negócio que está acontecendo fora do território brasileiro.
6) O BNDES não perde nada, mas ganha dinheiro com essas operações, pois não se trata de doação, mas sim de um crédito que será devolvido com juros.
7) O Brasil não perde nada, mas ganha dinheiro com esses projetos pois aquela demanda que estava fora do país dinamiza o nosso mercado interno, gerando maior produção, renda e emprego.
8) O governo brasileiro não perde nada, mas ganha dinheiro com esse tipo de operação. Como o valor contratado fica circulando entre empresas e profissionais no Brasil, ele gera também um fluxo de pagamentos de tributos que amplia a arrecadação tributária.
9) Esse tipo de operação (financiar projetos em outros países que compram serviços do país de origem) é uma prática financeira muito comum e antiga, feita por diversos países ao redor do mundo para desenvolver as suas empresas nacionais. Alemanha, Estados Unidos e China são conhecidos pelo sucesso desse tipo de estratégia.
10) O BNDES realiza esse tipo de operação com países de diferentes tonalidades políticas (Peru, Argentina, Colômbia, Cuba, Panamá, Moçambique, Equador, Bolívia, entre outros)
11) O BNDES iniciou esse tipo de empréstimo para países estrangeiros em 1998, quando FHC era presidente e liberou um empréstimo para o governo de Cuba.
12) O BNDES tem disponibilidade de recursos suficiente para atender ao mesmo tempo os projetos nacionais e os projetos estrangeiros. Não há uma concorrência por esses recursos financeiros. O que existe é falta de demanda, carência de projetos de infraestrutura.
13) Produzir e disseminar informações falsas sobre o BNDES interessa apenas a grupos financeiros estrangeiros e a agremiações políticas que, de forma oportunista, atuam em prejuízo do desenvolvimento nacional.
 
Fonte: Fundação Perseu Abramo

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