O nome da deputada estadual Olivia Santana foi aprovado como pré-candidata do PCdoB para a prefeitura de Salvador, em 2020, durante a Conferência do Comitê Municipal, realizada sábado (9), na Faculdade de Arquitetura da UFBA.
Pela manhã, um ato político marcado por uma expressiva participação da militância e de dirigentes comunistas reuniu artistas, intelectuais e parlamentares, além de lideranças de outros partidos, que foram manifestar apoio à candidatura da deputada.
O presidente municipal do PCdoB, Everaldo Augusto, lembrou dos problemas históricos de Salvador e os associou ao modelo de gestão que vem se sucedendo na cidade: “Nossa capital é a matriz da cultura popular no Brasil. É a capital da diversidade, das belezas naturais e da criatividade do seu povo, mas ainda não desenvolveu todo o seu potencial por conta dos impasses criados pelo modo de governar que a cidade está submetida. O resultado está aí, a olhos vistos. A outra face de Salvador é a desigualdade, a violência, o desemprego, o racismo, a exclusão social e a pobreza”.
E apontou a importância de uma alternância de poder que altere esta realidade. “É necessário, e o PCdoB sempre esteve disposto a isso desde a candidatura de Alice Portugal em 2016, apresentar um outro tipo de projeto de crescimento, de cidade sustentável e democrática.”
Ampliação da base
O presidente do PCdoB-Bahia, secretário estadual Davidson Magalhães, destacou a capacidade da deputada. “Estamos apresentando o melhor quadro do partido neste momento para atender a necessidade de liderar uma frente na cidade. Olívia representa uma Salvador que cuida da sua gente.” E falou também do papel dos demais líderes no fortalecimento e ampliação das bases. “Alice e Daniel têm uma tarefa muito importante, junto com os deputados estaduais e a direção do partido, de liderar um projeto em Salvador e na Bahia para ampliar a nossa base. Vamos arregaçar as mangas para fortalecer nossas candidaturas e construir uma frente política forte e vitoriosa.”
Experiência na gestão pública
Em seu discurso, Olívia, que ingressou no PCdoB há 30 anos, já foi vereadora por 10  anos, Secretária Municipal de Educação e chefiou duas Secretarias Estaduais, de Políticas para as Mulheres e do Trabalho e Esporte, questionou a ausência de uma candidatura negra em uma cidade com quase quinhentos anos e mais de 80% da população formada por negros.  “Como é que em uma cidade de quatrocentos e setenta anos nunca houve uma experiência como essa que o PCdoB está apresentando?”
E destacou a confiança do partido na sua capacidade de aglutinação em prol de um projeto coletivo. “Quando o PCdoB faz essa aposta, em um nome como o meu, não é para eu governar Salvador apenas para a população negra, é porque sabe que sou capaz de assumir o governo da cidade, de unir e integrar o conjunto das inteligências a favor de Salvador.”
Segundo Olívia, os líderes comunistas possuem um diferencial por conhecer de perto a realidade do povo. “No PCdoB a escolha de quem vai encabeçar o projeto não se dá pelas relações de parentesco. Nós somos diferentes dos políticos das famílias tradicionais, onde o escolhido é para suceder o pai, o avô, seja lá o que for. A gente entra na política pela porta da luta popular. É essa a nossa escola, é essa a nossa formação. Nós conhecemos o sofrimento do nosso povo porque vivemos a vida que o nosso povo vive.”
Vice-presidenta reeleita para a direção do partido, a vereadora Aladilce Souza falou da importância da atividade para o fortalecimento da sigla. “Esta Conferência é estratégica para o PCdoB de Salvador, não é apenas para fazer mudança na direção ou avaliação da conjuntura. É para traçarmos planos e dizer para a sociedade que o Brasil precisa de um partido vivo, unido e entranhado nas luta do povo brasileiro.”
Alternativa com a cara de Salvador
O coordenador da bancada da Bahia na Câmara Federal, deputado Daniel Almeida, fez um balanço do cenário nacional e sinalizou a saída. “A desigualdade acelera entre nós e o governo federal exerce uma ação para descontruir a nossa soberania, as nossas instituições, a democracia e tem um alvo, que é o povo mais pobre e os trabalhadores. Precisamos dizer que Salvador tem a melhor alternativa, que mais expressa a cara da cidade, que é a candidata Olívia.”
“Pelo símbolo, combatividade e preparo que tem Olívia Santana, agora é ela! E o “agora é ela” tem um significado político, da luta e da resistência do povo de Salvador, especialmente o povo negro e os mais pobres. E ela sabe que contará com a nossa energia para que possamos percorrer novamente as ruas e vielas da cidade.”, sinalizou a deputada federal Alice Portugal.
Obras de maquiagem
O vereador Helio Ferreira criticou as obras municipais. “Nós sabemos dos problemas e a maquiagem que é realizada na cidade, e só conhece quem visita os guetos, coisa que a maioria dos vereadores não faz. Nos guetos falta tudo. Falta educação básica, creches e segurança. E estes são os desafios do PCdoB e desta candidatura para transformar Salvador e pensar a cidade para os mais pobres.”
Votações
Na parte da tarde a militância foi convocada a debater e votar a eleição da direção que vai comandar o partido em Salvador no próximo biênio, com a manutenção do atual presidente; o projeto político para 2020; o documento e o regimento interno, todos aprovados por unanimidade. Partiu do plenário as indicações, com aprovação também por unanimidade, do nome da dirigente comunista histórica Loreta Valadares (1943-2004) para denominar a Conferência do PCdoB de Salvador e uma moção ao ex-presidente Lula pela liberdade da prisão política, ocorrida dia 8/11.
Paridade de gênero
A direção cessante propôs ampliar o número de membros da direção, que passou de 46 para 64, com a obrigatoriedade de conter um percentual de 50% de cada gênero.
A decisão foi parabenizada pela Secretária Estadual de Políticas para as Mulheres, Julieta Palmeira, presente no encontro. “Estamos dando um grande exemplo, e eu quero saudar o presidente do Comitê Municipal, Everaldo Augusto, ao propor, nesta Conferência, a paridade de gênero na próxima direção. Uma paridade que também consiste no lançamento do nome de uma mulher negra para a prefeitura de Salvador e representa ainda um grande passo do PCdoB rumo aos cem anos de existência do Partido”.
O processo de construção da Conferência contou com 46 reuniões e participação de 1.276 filiados, que elegeram os 394 delegados e delegadas que participaram das votações e debates.
Participaram ainda da atividade a deputada federal e o dirigente do PSB, Lídice da Mata e Rodrigo  Hita, respectivamente; Ademário Costa, presidente municipal do PT; Carlos Martins, Secretário da SJDHDS; Magno Lavigne, do partido Rede; Dr. Breno Moreira, prefeito de São Sebastião do Passé e dirigente do PSD; Elias Ramos, da ANP; Maíra Azevedo; Alaíde do Feijão; Olival Freire (UFBA); Vicente Neto, diretor da Sudesb; Luiz Gavazza, diretor da Bahiagás; Amélia Marom, pró-reitora da UNEB; Natan Ferreira, presidente da UEB; Eldon Batista Neves, presidente da Unegro-Ba; Pascoal Carneiro, presidente da CTB-Ba; Kilson Melo, presidente da  FABS; Layane Cotrim, presidenta da UEB; Marianna Dias, presidenta da UJS-Ba; entre outros.
 
Fonte: PCdoB-Salvador