“A Bahia dá exemplo ao governo federal quando mantém e amplia políticas e programas de esporte, além de realizar obras em equipamentos esportivos”. Assim o deputado estadual Bobô (PCdoB) resumiu a tônica da audiência pública, realizada nessa quarta-feira (04), sobre o futuro dos projetos esportivos com o fim dos programas federais. Participaram do evento o secretário de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, e o diretor-geral da Sudesb, Vicente Neto.
Segundo Bobô, também presidente da Comissão de Desporto, Paradesporto e Lazer da Assembleia Legislativa, a Setre e a Sudesb ajudam a manter vários programas sociais vinculados ao esporte nos bairros de Salvador e em cidades do interior. “Enquanto o governo federal desmonta tudo que foi construído nos últimos 15 anos, o governo Rui Costa vai no sentido contrário, de seguir investindo em políticas que melhoram a vida de milhões de baianos”, afirmou.
O deputado ainda pediu para as pessoas fortalecerem o movimento Unidos Pelo Esporte assinando a petição pública eletrônica que pede a manutenção de programas como o PELC e Segundo Tempo, entre outros.
Para o titular da Setre, Davidson Magalhães, é importante uma articulação com deputados e senadores para pressionar o governo federal. “Na Bahia, temos 100 núcleos do PELC e o orçamento para todo o Brasil é de apenas R$ 10 milhões. Vamos manter os projetos aqui e redimensioná-los, além de lançar um edital de R$ 5 milhões para manter os núcleos ativos. Estamos também buscando parceria com a Federação Baiana de Futebol para manter as escolinhas”, pontuou o secretário.
Na mesma linha, Vicente Neto mostrou o que está sendo realizado. “Estamos contando com a ajuda dos deputados estaduais e federais através de suas emendas parlamentares. Assim, vamos construir 11 pistas de atletismo e temos 32 obras em andamento com reforma de quadras e ginásios, e construção de piscinas. Sem contar que estamos sediando várias competições importantes, como os  Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), entre outros eventos”, citou.
DEBATE FRANCO E PROPOSITIVO
O encontro foi marcado pelo debate acalorado e várias proposições dos participantes. A deputada Fátima Nunes (PT) defendeu mais investimento nas copas rurais, melhorias nos campos de várzea e que o governo estadual assuma algumas situações nas quais os municípios tenham dificuldades.
Várias lideranças comunitárias falaram das suas experiências à frente dos projetos. “Trabalhamos dois projetos que envolvem mais de 800 pessoas. É preciso que os editais facilitem a contratação de mais pessoas das comunidades”, ponderou Edson Souto, de Cajazeiras.
Para Ronaldo, do projeto Elisna (Nordeste de Amaralina), é fundamental requalificar as sedes dos CSUs nos bairros e fazer mais eventos para as comunidades. “A gente vê que quando acaba um projeto, aumenta a violência. Que bom que a Sudesb vai manter o que já temos”, elogiou.
Douglas Reis, presidente da Abeac (Ribeira), destacou que começou como beneficiários do projeto social e, hoje, se orgulha de dirigir a entidade. “O PELC vai deixar muitos legados positivos e devemos muito ao deputado Bobô, que iniciou toda essa transformação”, afirmou.
Segundo o líder de Fazenda Grande III, Vilton Santos, os programas ajudam na socialização das pessoas nos bairros. “Temos 600 beneficiados com o projeto. É importante que eles sejam mais longos para não serem interrompidos a cada ano”, defendeu.
Everton Oliveira, de Narandiba, pediu atenção para a requalificação dos centros sociais urbanos, que são espaços de referência para a população. “Devo muito ao centro, pois ali me preparei e hoje estudo engenharia. Nosso campo de futebol está degradado. Iniciamos um campeonato e tivemos que parar na terceira rodada”, reclamou.
Falando por Camaçari, o mestre de capoeira Jorge Souza pediu mais apoio para a sua modalidade nos próximos editais.
Além de estudantes, lideranças do esporte de bairros da capital, participaram ainda Everaldo Augusto, chefe de gabinete da Setre; Gustavo Miranda, coordenador de Esporte da Sudesb; Nayara Falção, campeã brasileira e mundial de canoagem velocidade, e Lea, que coordena um projeto de esporte em Amaralina e representou as comunidades.
Fonte: Ascom/Bobô