Notícia

Diretor da Odebrecht diz que foi coagido a fazer relato no caso Lula

16 julho, 2019

Em depoimento no Tribunal de Justiça de São Paulo no último dia 3 de julho, o ex-diretor-superintendente da Odebrecht, Carlos Armando Paschoal, disse ter sido “quase que coagido a fazer um relato sobre o que tinha ocorrido” e que teve que “construir um relato” em uma delação premiada com a Lava Jato.  Ele se refere a um depoimento feito a investigadores no processo sobre o chamado Sítio de Atibaia, que resultou na segunda condenação do ex-presidente Lula nos casos da força-tarefa.
“Sem nenhuma ironia. Desculpa, doutor. Precisava perguntar isso para os procuradores lá da Lava Jato. No caso do sítio, que eu não tenho absolutamente nada, por exemplo, fui quase que coagido a fazer um relato sobre o que tinha ocorrido. E eu, na verdade, lá no caso, identifiquei o dinheiro para fazer a obra do sítio. Tive que construir um relato”, disse o executivo, que foi um dos 77 delatores da Odebrecht na operação
A declaração foi dada em resposta ao advogado Igor Tamasauskas, que perguntou por que delatores precisam falar sobre atos praticados por outras pessoas. “Porque, numa colaboração, você confessa atos próprios, crimes próprios, ou improbidades próprias”.
Ao explicar o que seria “construir um relato”, o diretor da Odebrecht disse que seria apontar algo como “olha, aconteceu isso, isso, isso e isso; e eu indiquei o engenheiro para fazer as obras”.
 
Com Revista Fórum

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