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Encontro do PCdoB reúne dirigentes e estudiosos da Cultura em Salvador

11 fevereiro, 2019


A Secretaria Nacional de Cultura do PCdoB realizou, nesta sexta-feira (08/02), o Encontro Nacional de Cultura do Partido, durante a 11ª Bienal da União Nacional dos Estudantes (UNE), que acontece nesta semana, em Salvador. Na atividade, estudiosos e lideranças partidárias ligadas ao tema debatem e constroem possibilidades para uma nova política cultural.
Para a mesa de discussões, pela manhã, participaram a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ); Marcelino Granja, ex-secretário de Cultura do PCdoB; Albino Rubin, professor e ex-secretário de Cultura do Governo do estado; e Ivana Bentes, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O encontro é coordenado pelo secretário nacional de Cultura, Javier Alfaya.
Para Alfaya, discutir a cultura, nesse momento, é ainda mais urgente, diante do novo momento da política nacional, que impõe ao povo brasileiro a necessidade de fazer a resistência democrática. “A nossa ideia foi de promover discussões da cultura com ênfase nessa nova etapa da luta política, contra o retrocesso da democracia do país”, explicou.
Os debatedores defenderam que a cultura é elemento indissociável da luta política. A deputada Jandira Feghali defendeu que a o resultado das últimas eleições revelou que a derrota foi muito mais profunda do que se imaginava, justamente, porque envolveu uma questão cultural. “Tivemos uma derrota estratégica e cultural. […] Eles estão indo pesado para a disputa de valores. Partido que não entender que temos uma disputa de cultura não entendeu o que estamos vivendo”, disse.
Segundo Albino Rubin, a importância da cultura não foi assimilada corretamente pela esquerda brasileira. “Nós, da esquerda, absolvemos pouco a importância da cultura e o papel dela no processo de transformação da sociedade. A esquerda tem que assumir mais a cultura como instrumento de transformação de valores”, defendeu.
Além da economia
A professora Ivana Bentes afirmou que a luta política com o viés marxista precisa ainda superar a exclusividade dos debates relacionados às questões econômicas. “A cultura é antídoto ao veneno. O desafio dos partidos é como se tornar articuladores e dinamizadores. O discurso clássico econômico não dá conta”, disse.
Jandira reforçou a necessidade de integrar as várias expressões e mobilizações, culturais e identitárias.“A opressão do capital é de classe, de gênero, de raça. Por isso, a luta anti-opressão precisa integrar esses movimentos. […] Temos que ter como centralidade a superação do capitalismo. Agora, temos um papel importante a cumprir, e precisamos cumprir”.
Unidade
Marcelino Granja, ao reafirmar as falas dos outros debatedores, defendeu que o caminho para a luta cultural é a unidade dos agentes. “Unidade é a palavra-chave. O problema da unidade não é problema da aliança. Aliança é instrumento. […] Essa união exige a busca de identidades universalizantes, capazes de pactuar. Unidade do povo é uma mentalidade”, disse.
A parlamentar carioca acrescentou que é hora, também, de voltar às bases. “Temos que ir para o ‘olho no olho’ nos territórios. Temos que ter humildade para construir juntos”, finalizou.
O Encontro Nacional de Cultura do PCdoB continuou à tarde, momento voltado para as formulações das estratégias de atuação na área.

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