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Manuela D’Ávila: "Vamos acabar com a farra dos bancos"

10 julho, 2018

“Menos crescimento econômico, mais inflação, mais decréscimo na indústria. Essas são as previsões dos economistas”, comentou a pré-candidata do PCdoB à presidência da República, Manuel D’Ávila, ao analisar o resultado da pesquisa Focus do Banco Central, divulgada na última segunda-feira (09/07). Para ela, o quadro é consequência direta da política econômica que foi derrotada nas urnas, mas “levada ao poder com o golpe, contra o voto popular”.
Desde que assumiu o poder, após o golpe de 2016, Temer prometeu que as medidas seriam amargas, mas que os resultados iam aparecer. O presidente implantou uma agenda de reformas como a Emenda 95, do teto de gastos, impondo cortes em programas sociais e congelando os investimentos públicos por 20 anos, e a reforma trabalhista, que agravou o desemprego e a precarização do trabalho.
O suposto controle da inflação, que Temer e a grande mídia diziam ser sinais da recuperação econômica, tem perspectiva de continuar a trajetória de alta este ano, segundo projeção da Focus. “Nas eleições que se avizinham – está faltando 90 dias! -, teremos uma chance de ouro para reverter isso e tirar o país da caminho do abismo”, afirmou a pré-candidata do PCdoB.
De acordo com economistas, a taxa básica de juros para o final de 2019, deve subir para 8%. Para 2018, a expectativa é de uma taxa a 6,5% no fim do ano. “Mais de 60% das famílias estão endividadas. E destas, 76,1% devem no cartão de crédito. Isso é fruto dos juros de agiota praticados pelos bancos privados”, enfatizou Manuela. “Vamos acabar com a farra dos bancos”, completou.
Diante desse cenário de incertezas, o Banco Central afirma que não vai indicar qual será a sua política monetária, no entanto, diz que a inflação terá foco exclusivo, projetando balanços de risco e atividade econômica. Como resultado dessa política econômica, a indústria continua indo ladeira abaixo. A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018 foi reduzida a 1,53%, ante 1,55% antes. Para o ano que vem, a expectativa continua sendo de um avanço de 2,5%.
Com isso, os economistas reduziram a previsão de crescimento industrial em 2018 a para 2,65%, contra 3,17% antes. Para o próximo ano, o ajuste também foi para baixo: 3,05%, ante 3,1% no levantamento anterior. Os indicadores de emprego seguem a perspectiva negativa. O Indicador Antecedente de Emprego, da Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 5,6 pontos em junho, para 95,5 pontos, retornando ao patamar próximo ao de janeiro de 2017 (95,6 pontos).
É a quarta queda consecutiva do indicador, que acumulou perda de 11,5 pontos no primeiro semestre, sinaliza continuidade da fase de desaceleração do ritmo de aumento do total de pessoal ocupado no Brasil.
“A queda mostra a perda de confiança de uma maior geração de emprego ao longo dos próximos meses. A atividade econômica mais fraca observada pelos indicadores do primeiro semestre reflete uma situação atual e futura dos negócios mais difícil. O crescimento está abaixo do previamente esperado e, com isso, a consequência deverá ser uma menor contratação”, afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista da FGV IBRE.
Com o Portal Vermelho

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