Notícia

Médicos Sem Fronteiras criticam “banho de sangue” de Israel contra palestinos

16 maio, 2018

A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras soltou um comunicado nesta segunda-feira condenando o brutal ataque do governo de Israel a palestinos desarmados durante os protestos pela inauguração da embaixada dos EUA, que mudou de Tel-Aviv para Jerusalém, uma clara provocação de Donald Trump em conluio com Benjamin Netanyahu. Dezenas de pessoas foram mortas e mais de 2 mil estão feridas após o Exército abrir fogo contra os manifestantes.
“O que aconteceu hoje é inaceitável e desumano. O número de mortos divulgado pelas autoridades (55 mortos e 2271 feridos), inclusive 1359 feridos por munição real, é chocante. É insuportável testemunhar um número tão grande de pessoas desarmadas sendo alvejadas em tão curto tempo”, disse Marie-Elisabeth Ingres, porta-voz da organização. De acordo com comunicado da ONU, foi o maior número de palestinos mortos em um só dia desde os conflitos de 2014.
Os Médicos Sem Fronteiras vêm tratando vítimas dos conflitos desde o mês passado, mas, de acordo com a porta-voz, estão sobrecarregados pelo número de pessoas necessitando cuidados. “Em um dos hospitais onde estamos trabalhando, o caos é comparável ao que nós observamos após os bombardeios dos conflitos de 2014, com um número colossal de feridos. Nossas equipes fizeram mais de 30 intervenções cirúrgicas hoje, algumas vezes com dois ou três pacientes na mesma sala de cirurgia, e até nos corredores”, disse Ingres, que deixou clara a responsabilidade de Israel, contrariando as alegações da Casa Branca, que culpa o Hamas pelos assassinatos.
“Este banho de sangue é a continuação da política do exército israelense durante as últimas sete semanas: atirar com munição real contra manifestantes na suposição de que qualquer um que se aproxime das cercas é um alvo legítimo. Como novas manifestações estão anunciadas para amanhã, o exército israelense precisa parar com o uso desproporcional de violência contra os manifestantes palestinos”, pediu.
Segundo a Cruz Vermelha, faltam suprimentos e os hospitais estão à beira do colapso.
A ONU também condenou a violência de Israel contra os palestinos. “O secretário-geral está profundamente alarmado com a forte escalada da violência no Território Palestino Ocupado e com o elevado número de palestinos mortos e feridos nos protestos em Gaza”, disse o porta-voz Farhan Haq. “As forças de Israel devem restringir ao máximo o uso de munição real.”
O alto comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Al Hussein, também condenou o ataque. “Os chocantes assassinatos de dezenas e as centenas de feridos por Israel em Gaza devem parar já. O direito à vida deve ser respeitado. Os responsáveis pelas ultrajantes violações aos direitos humanos devem responder por isso. A comunidade internacional deve assegurar justiça para as
Já o Comitê Anti-Racismo das Nações Unidas apelou a Israel para que ponha um fim no “uso desproporcional de força contra manifestantes palestinos em Gaza”, e para que respeite as leis humanitárias.
Pré-candidato à presidência dos EUA nas últimas eleições, o senador Bernie Sanders afirmou que a violência do Hamas “não justifica” que Israel abra fogo contra manifestantes desarmados.
Fonte: Socialista Morena

PCdoB - Partido Comunista do Brasil - Todos os direitos reservados