A Comissão da Verdade da seção baiana da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) promove, na próxima quarta-feira (5/8), na sede da entidade, em Salvador, um painel sobre o atentado com uma carta-bomba sofrido pela OAB nacional, no Rio de Janeiro, em 1980, durante a ditadura militar. O atentado, que vai completar 35 anos no próximo dia 27 de agosto, matou Lyda Monteiro, secretária da Ordem, que abriu a carta, endereçada ao então presidente, Eduardo Seabra Fagundes.
O painel na OAB-BA está marcado para acontecer às 17h e vai contar com a presença do filho de Lyda Monteiro, o advogado Luiz Felippe Monteiro Dias, que receberá uma homenagem em nome da mãe. Também vão participar o presidente da seção Bahia, Luiz Viana Queiroz, na condução dos debates, e os advogados Marília Muricy e Thomas Bacellar.
De acordo com Jeferson Braga, integrante da Comissão da Verdade da OAB-BA, a atividade representa mais um esforço para manter viva a memória sobre as violações de direitos humanos ocorridas na ditadura. “O objetivo é não deixar que isso seja esquecido para que não se repitam atos dessa natureza, principalmente nesse período em que se pede a volta dos militares”, explicou.
Braga defendeu que o atentado, apesar dos danos causados, teve efeito reverso e representou um importante reforço nas lutas no Brasil contra a ditadura militar, que viria a ser derrotada cinco anos depois. “A OAB sempre foi uma instituição respeitada e aquele episódio ajudou a unir ainda mais as forças democráticas e a alertar a população sobre a atuação dos militares”, afirmou.
Naquele mesmo dia 27 de agosto de 1980 outras duas explosões aconteceram na cidade do Rio de Janeiro. Uma foi na Câmara de Vereadores, deixando seis pessoas feridas – uma delas perdeu um braço e uma das vistas. A outra, na madrugada, na sala onde funcionava o jornal Tribuna da Luta Operária, publicação vinculada ao PCdoB. Embora não tenha deixado vítimas, a ação contra o Tribuna da Luta Operária destruiu as instalações do jornal.