Notícia

Bolinho de Estudante agita Barra-Ondina com suas bandeiras

19 fevereiro, 2015

Esse ano, alegria, irreverência e empoderamento foram as palavras de ordem dos estudantes, que tiveram uma participação mais ativa no Carnaval de Salvador. Na segunda-feira (16/02), a classe se uniu no bloco independente Bolinho de Estudante, organizado pelas entidades estudantis UNE (União Nacional dos Estudantes), UBES (União Brasileira de Estudantes Secundaristas), UEB (União dos Estudantes da Bahia), ABES (Associação Baiana dos Estudantes Secundaristas). A animação ficou por conta dos irmãos artistas e universitários Juan e Ravena, que puxaram o trio, com a convidada Ludmillah Anjos, no circuito Dodô, mais conhecido como Barra-Ondina.
As presidentas Marianna Dias (UEB) e Bárbara Melo (UBES) e o presidente da ABES, Nadson Rodrigues, saudaram os foliões com bastante entusiasmo, na saída do bloco, desejando que todos aproveitassem a festa, sem esquecer o combate a toda forma de opressão. Assim, o Bolinho de Estudante encheu o circuito de todo o vanguardismo da juventude, que quer ser empoderada, divertir-se livremente sem machismo, racismo, homofobia e também não quer ser vista apenas como nicho de mercado. Uma juventude que reivindica o acesso democrático ao lazer e à cultura, tanto por meio da construção de espaços gratuitos, como pela regulamentação da meia entrada.
Para os representantes das entidades estudantis, voltar a ter espaço no Carnaval de Salvador para se expressar livremente, depois de 10 anos sem oportunidade, é fazer um gol pela democracia e livre organização da juventude. O ano de 2015 já está marcado como de muita luta dos estudantes que reivindicam o passe livre, o fim da noção mercadológica da educação, uma reforma no ensino médio, a reestruturação das universidades estaduais baianas, a regulamentação do ensino privado, dentre outras bandeiras.
“O sentimento de dever cumprido me dá alegria, principalmente, por entender esse projeto como um instrumento de luta. Nossas bandeiras estavam hasteadas no topo da maior festa popular do planeta. Continuaremos na batalha pelos direitos de festejar e lutar”, diz Marianna Dias, que considera o Bolinho de Estudante o bloco da resistência.
“Somos estudantes, pulamos, dançamos, beijamos, nos fantasiamos, nos divertirmos nessa festa linda, e entendemos que as oportunidades de usufruir a cidade, ter espaços de lazer e cultura são extremamente importantes para o povo, sobretudo para a juventude. Por isso, na segunda-feira de Carnaval, além da alegria e irreverência, levamos às ruas a história e a luta das entidades estudantis, que sempre gritaram presente, com o sorriso no rosto e ginga na cintura”, complementa Nadson Rodrigues.
Por fim, as entidades agradeceram à Bahiatursa, que possibilitou a concretização desse projeto, aos músicos, Juan&Ravena e a Ludmillah Anjos, pelo desafio proposto e pela energia doada, e a todos os estudantes presentes que fizeram a festa.
O  nome
“Bolinho de Estudante” é uma comida típica da Bahia feita de coco, açúcar e tapioca. Uma iguaria que pode ser facilmente encontrada no tabuleiro de qualquer baiana de acarajé. Apelidar assim um trio elétrico no carnaval de Salvador possui valor simbólico importante, sobretudo no ano em que a 9ª Bienal da UNE contribuiu para fortalecer o braço cultural do movimento estudantil em todo país.
Esse nome valoriza e dá visibilidade a um aspecto material importante da cultura da Bahia e que ainda não é reconhecido como patrimônio cultural da cidade.
Contextualizado, “Bolinho de Estudante” pode ser associado também a outras conotações, por exemplo, a de vários estudantes reunidos, seja para se divertir, para pensar um novo modelo de sociedade ou para fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
 

PCdoB - Partido Comunista do Brasil - Todos os direitos reservados