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Colombiano e Catarina são homenageados na Câmara de Salvador

2 julho, 2015

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A homenagem ao casal deixou lotado o plenário da Câmara


 
Um dia após o 5º aniversário das mortes de Paulo Colombiano e Catariana Galindo, a Câmara Municipal de Salvador (CMS) realizou uma sessão especial, nesta terça-feira (30/6), para homenagear o casal, que foi brutalmente assassinado em 2010. O requerimento para a realização da atividade, aprovado pela Casa, é de autoria do vereador Everaldo Augusto (PCdoB).
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Eder Galindo, filho de Catarina, fez um discurso emocionado


Aberta com uma apresentação musical, a sessão foi marcada por depoimentos emocionados de familiares e amigos sobre os homenageados. “Aqui se fala da luta deles na política e no movimento social, mas é da convivência deles em casa que nós sentimos mais falta. Todos os dias, desde o dia 29 de junho de 2010, têm sido difíceis”, desabafou o filho de Catarina, Eder Galindo, durante o ato.
Além de Eder, também estavam presentes sua irmã, Ana Paula Galindo, o tio, Geraldo Galindo, e Mateus, filho de Paulo Colombiano. Também participaram Aurino Pedreira (CTB-BA), Hélio Ferreira (Sindicato dos Rodoviários), Euclides Fagundes (Sindicato dos Bancários), Olívia Santana (PCdoB-Salvador), além dos vereadores Aladilce Souza (PCdoB), Waldir Pires (PT), Sílvio Humberto (PSB) e Gilmar Santiago (PT).
“Essa é uma homenagem para manter vivo o que esses dois simbolizam para nós. Mas também estamos cobrando o julgamento dos assassinos, que estão soltos, nas ruas da Bahia. Já são cinco anos e não podemos ficar calados. Se depender da bancada do PCdoB, essa casa será um polo atuante na cobrança do julgamento”, disse o vereador Everaldo Augusto, autor do requerimento.
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O vereador Everaldo Augusto, autor da iniciativa, abriu a sessão


O edil também informou que a Câmara deverá fazer uma moção para pedir celeridade ao Tribunal de Justiça do Estado (TJ-BA) na condução do processo, para que seja definida a data do júri popular, que deverá julgar os cinco suspeitos do crime, apontados pela polícia. O documento também deverá ser encaminhado ao governador Rui Costa e ao Ministério Público do Estado (MP-BA).
Paulo Colombiano e Catarina Galindo eram militantes do PCdoB. Ele também era tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários e, segundo o inquérito policial, o crime estaria relacionado às suas atividades na entidade. Ao suspeitar de uma fraude no contrato com a empresa responsável pelo plano de saúde da categoria, a MasterMed, o dirigente sindical solicitou dos empresários a revisão das cláusulas contratuais. Para fazer a ‘queima de arquivo’, os empresários teriam encomendado as mortes.
Entre 2005 e 2010, os desvios da empresa já chegavam a R$ 35 milhões, ainda segundo o inquérito. Os donos da MasterMed, o oficial aposentado da PM Claudomiro César Ferreira Santana e o médico Cássio Antônio Ferreira Santana, que são irmãos, são os acusados do mando do crime. A execução teria sido feita pelos funcionários, identificados como Daílton Jesus, Edilson Araújo e Wagner Souza.
Abaixo, alguns trechos dos principais depoimentos dados na sessão especial:
 
“Doçura e ternura são a marca do casal. Não podemos admitir essa impunidade porque isso tem um efeito deletério. E é aqui, na Casa do Povo, que devemos discutir isso” – Aladilce Souza, vereadora do PCdoB.
“O que fica é o que eles deram para mim e para meu irmão: amor e dedicação. Não tenho medo de falar [sobre o acontecimento] e falo para que isso toque o coração das pessoas” – Ana Paula Galindo, filha de Catarina.
“Paulo foi um soldado da retomada de diversos sindicatos, na transição da ditadura militar. Todo o movimento social passa a olhar o exemplo de desapego e fidelidade de Paulo, diante da necessidade de oxigenação de nossa luta”, Aurino Pedreira, presidente estadual da CTB.
“Essa é uma homenagem justíssima. No PCdoB, Colombiano era um exemplo de militante. Era rigoroso, mas flexível com o debate político. O casal era muito dedicado ao partido”, Geraldo Galindo, irmão de Catarina.
“Essa sede de justiça é o que tem nos mantido nesta trincheira. Não queremos vingança, mas o que não queremos é ver esses caras livres, zombando da Justiça. A justiça tem que ser como Paulo sempre dizia: para todos!”, Olívia Santana, presidenta do PCdoB-Salvador.
“Colombiano lutou junto com a gente na retomada do sindicato e, desde a entrada dele, a categoria teve grandes conquistas, a partir de sua bravura e luva. Foi um grande professor para muitos dirigentes”, Hélio Ferreira, presidente do Sindicato dos Rodoviários.
“Essa sessão é extremamente importante para a luta pela democracia. São cinco anos e isso é inaceitável! A Justiça deve cumprir o seu dever”, Waldir Pires, vereador pelo PT.
 
 

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