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Comissão Política estadual debate conjuntura e conferências

22 setembro, 2015

A Comissão Política Estadual do PCdoB se reuniu, nesta segunda-feira (21/09), para debater sobre a conjuntura nacional, a organização partidária no atual ambiente político e o processo de preparação das conferências municipais. O encontro, em Salvador, teve a presença do Secretário Nacional de Organização do Comitê Central, Ricardo Abreu, o “Alemão”.
Ao iniciar os debates, o presidente estadual do PCdoB, Daniel Almeida, avaliou que a marcha golpista retomou o fôlego neste mês de setembro, com uma ação mais incisiva da direita, reforçando um cenário de dificuldades e incertezas, em que, a cada momento, novos elementos são agregados, como o episódio do rebaixamento da nota do Brasil, mais ações da operação Lava Jato –  com as delações premiadas – e a instabilidade nas relações do PMDB com o governo.
O consórcio oposicionista intensifica as ações visando a interromper a trajetória de mandato democrático e popular da presidenta Dilma, ainda segundo Daniel Almeida. O PCdoB tem desempenhado papel de destaque na resistência ao golpismo, especialmente no parlamento, onde os deputados comunistas têm usado a tribuna para enfrentar a fúria da direita liderada pelo PSDB.
“A proposta de admissibilidade do impeachment pode ganhar corpo essa semana, caso Eduardo Cunha dê o encaminhamento que seria uma manobra combinada com oposição, de rejeitar o pedido de Hélio Bicudo de abertura do processo e, logo depois, o plenário aprová-lo por maioria simples. Devemos resistir, mobilizar, tomar medidas em defesa da democracia, do mandado constitucional de Dilma e do respeito às regras do jogo para impedir retrocessos políticos”, afirmou o presidente.
Sobre a reação da presidenta Dilma à crise econômica, com o pacote de ajuste fiscal, Daniel Almeida afirmou que, ao apoiar, PCdoB deve cobrar do governo que haja compatibilização entre as medidas anunciadas e a garantia dos direitos dos trabalhadores. Além disso, o partido deve colocar na ordem do dia a taxação das grandes fortunas e a redução das taxas de juros, “sem a qual, não haverá solução para o rombo orçamentário”.
No fim da intervenção, o presidente realçou dois aspectos importantes da conjuntura para o campo integrado pelo PCdoB. O primeiro é a constituição da Frente Brasil Popular e, o segundo, a vitória do fim do financiamento empresarial das campanhas eleitorais. Daniel também conclamou a militância do partido a se mobilizar para a grande passeata marcada para o dia 3 de outubro, em defesa da democracia e por uma nova política econômica.
O partido e a conjuntura
Para Ricardo Abreu, os ataques ao governo Dilma estão em um contexto de uma articulação internacional que tem o objetivo de desestabilizar os governos progressistas da América Latina. Para ele, a situação é gravíssima, de defensiva tática para os comunistas, e que a atitude deve ser de fazer o enfrentamento, ajudando a orientar a esquerda e a base aliada. Assim como Daniel Almeida, ele realçou o protagonismo e o destaque do PCdoB no cenário atual, na figura da presidenta nacional, Luciana Santos, que, em pouco tempo à frente do partido, se firmou e conquistou respeito das forças políticas pela série de iniciativas que vem tomando na articulação da resistência ao golpe.
“Não se pode entrar o clima de derrotismo, é necessário ter disposição de luta pra criar uma situação nova, mais favorável à luta dos trabalhadores”, e na frente de massas, jogar todo peso na Frente Brasil Popular, que o une o que é possível na resistência ao golpe. Sem mobilização política de massas, não haverá mudanças profundas que o país requer”, afirmou o secretário nacional de Organização.
Para “Alemão”,  há um espaço grande para crescimento do PCdoB, mesmo em cenário de crise, e que devem ser lançados candidatos a vereador, chapas próprias, prefeitos, vice-prefeitos, em todas as cidades onde for possível. “Numa perspectiva a longo prazo, devemos ter no cenário a possibilidade de lançamento de uma candidatura a presidente em 2018”.
Ricardo Abreu demonstrou, ainda, bastante otimismo com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o financiamento de campanhas. “É uma antiga bandeira do PCdoB, muito importante para um partido revolucionário, pois coloca a disputa eleitoral num formato onde as condições ficam mais equilibradas. E muda a maneira de se relacionar com filiados e militantes. Vai ser necessário que o vínculo político e ideológico da militância se aprofunde, como forma de assegurar mais vida orgânica e os recursos necessários às campanhas eleitorais vindouras”, avalia.
Alemão concluiu que a esquerda perdeu a batalha da luta de ideias na sociedade e disse ser fator fundamental para ganhar as consciências das massas a constituição de um novo sistema nacional de comunicação no partido, que permita falar para milhões de brasileiros, vítimas do massacre da mídia colonizada. O secretário nacional pensa, também, que é preciso retomar o plano de estruturação partidária, em novo patamar, como parte integrante da disputa por hegemonia política. Ao finalizar, ele anunciou uma nova campanha nacional de filiação que irá até o mês de abril de 2016.

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