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Conferência estadual reforça solidariedade da Bahia a Cuba

15 maio, 2015

20150515_103321A III Convenção Estadual da Bahia de Solidariedade a Cuba e integração dos povos latino-americanos e caribenhos: pelo fim do bloqueio econômico dos Estados Unidos à Cuba acontece nesta sexta-feira (15/05), em Salvador. Evento este, realizado em um momento histórico, pois em 2015 completa 60 anos que Fidel Castro saiu da prisão, junto com outros quatro presos. Além disso, após quase seis décadas de bloqueio pelos EUA, Cuba passa por uma fase de conquistas.

Com as participações de representantes de diversos movimentos sociais, sindicais e entidades da sociedade civil, o evento foi marcado por emocionados discursos de quem conhece a realidade cubana de perto. Assim, o ato político, nesta manhã, foi uma prévia da riqueza de informações que serão compartilhadas durante todo o dia, nas conferências e painéis.

Antônio Barreto, presidente da Fundação José Martí e dirigente do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade e Luta pela Paz), apontou brevemente algumas das conquistas do povo cubano, a exemplo a soltura dos cinco heróis, no final do ano passado, e o restabelecimento das relações diplomáticas entre Estados Unidos e Cuba. No entanto, ele destacou que isso ainda não significa que as relações estejam normalizadas. E, por isso, inicia-se agora a luta pela soberania. “A guerra de ideias é permanente e incessante. Temos que enfrentar a grande mídia, que só prega mentiras sobre a realidade daquele país”, concluiu.

Convidada principal da III Convenção, a cônsul de Cuba em Salvador, Laura Pujol, lembrou que os debates são fundamentais para se conhecer a real situação de Cuba e conhecer quais são os desafios daqueles país que prestam solidariedade. Segundo ela, a prioridade, por anos, foi a libertação dos cinco heróis. Uma vez eles de volta à terra natal, é hora de se pensar nas novas prioridades. Sem querer entrar muito no conteúdo da conferência que ministraria logo depois, Laura afirmou ser necessário tornar público quais são os passos que o país cubano tem dado diante dessa reaproximação com os Estados Unidos.

O secretário do Trabalho, Álvaro Gomes, que esteve representando o governo do estado, destacou que o povo cubano é perseverante. “Mesmo em meio àquela crise nos anos 90, quando todo o mundo apostava que Cuba iria sucumbir, eu vi naquele povo a alegria e a vontade de lutar pelo que acreditavam”.

Assim como Álvaro, o vereador Everaldo Augusto – que também relatou brevemente a sua experiência lá, nos anos 90 – acredita que Cuba é um exemplo de desenvolvimento humano e, principalmente, do socialismo. “Eles são convidados a continuar jogando papel importante no mundo em defesa deste ideal. Aqui na Bahia têm total apoio e solidariedade”.

“Um país símbolo de resistência e de luta pela autonomia”, assim definiu cuba o professor Ricardo Moreno, representante da UNEB e da Fundação Maurício Grabois. Ele declarou ser seu sonho ir a Cuba e vivenciar o cotidiano desta referência em educação e saúde para a América Latina. “Enquanto outros países ensinam espionagem e enviam bombas e mísseis, Cuba exporta médicos, ou seja, saúde”, disse sob fortes palmas.

E Lúcia Maia complementou. “Com Cuba, além de saúde e educação, aprendemos mais um dos três eixos fundamentais para o desenvolvimento humano: a consciência de classe”. Maia ainda repudiou, em nome das entidades que representava (CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e da Flemacon – Federação Latino-americana de Trabalhadores da Construção), a permanência da base militar dos Estados Unidos em Guantánamo. A retirada das tropas americanas é uma das bandeiras de luta do povo cubano e das outras nações que se solidarizam.

Para Julieta Palmeira, da direção estadual do PCdoB, as conquistas devem ser comemoradas sim. Mas, é preciso ver avanços concretos. Por isso, pela frente, um longo caminho a percorrer. “Este bloqueio político-econômico por décadas causou grandes prejuízos ao mundo. A retomada das relações representa uma andada pela paz mundial”. No entanto, para a dirigente, o planeta deve desculpas ao povo cubano, pelos males que o fizeram passar nestes longos anos. Julieta revelou ainda tem grande admiração pelos cubanos, pelo fato de eles, com tantas dificuldades, nunca terem curvado a coluna diante do imperialismo americano.

Socorro Gomes, presidente do Conselho Mundial da Paz, afirmou admirar três povos, devido à história de luta: vietnamitas, soviéticos e cubanos. Este último por que, mesmo com a instalação da base militar sem permissão, conseguiu enfrentar bravamente o maior império capitalista do mundo. “Então, a nossa solidariedade a Cuba é a nossa rebeldia. É afirmarmos que o nosso caminho é o internacionalismo e o defenderemos”.

Assim, ela encerrou esta primeira parte da Convenção, que conta ainda com duas conferências, abertura de exposição fotográfica, painel, palestra e encerramento com confraternização típica cubana. Prezando pela parte cultural, a convenção foi aberta com apresentação do Ballet Rosana Abubakir, cuja base teórica é o balé cubano, com número criado especialmente para o evento. Durante a abertura, foram feitas também leitura de poesias.

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