Em fevereiro do ano passado, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), nomeou Tiago Alves Guimarães Muniz para o cargo de supervisão na diretoria de Inovação da Secretaria Municipal de Gestão (Semge). O fato em si teria relevância se o servidor em questão não estivesse sendo acusado de fraudes em contratos com a Prefeitura de Recife, capital de Pernambuco.
Uma matéria publicada no site Bahia Notícias revelou que Muniz foi obrigado a devolver cerca de R$ 800 mil aos cofres públicos, por determinação do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), que investigou o esquema. Segundo o site, o atual servidor da prefeitura de Salvador era um dos representantes da empresa Estivas Novo Prado Ltda., que manteve os contratos com a prefeitura de Recife, mesmo não estando habilitada.
O TCE-PE apontou nos contratos firmados indícios de superfaturamento de preços, subdivisão da licitação em “lotes”, além de problemas no registro da empresa vencedora dos “lotes”. Muniz também foi multado em R$ 7 mil, junto com os outros representantes da empresa e o titular da Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Lazer do Recife, Cláudio Duarte da Fonseca.
Tiago Muniz foi nomeado na Semge de Salvador na gestão de Alexandre Paupério, que também foi acusado de participação em um esquema de fraudes contra a administração pública – mas na prefeitura soteropolitana, segundo o Ministério Público do Estado (MP-BA). Por conta das denúncias, Paupério deixou o cargo em setembro do ano passado, seis meses após a nomeação de Muniz.
O Bahia Notícias não conseguiu apurar de quem partiu a indicação do nome de Tiago Muniz para o cargo na secretaria e as motivações da mudança do servidor de Pernambuco para a Bahia.