As direções estadual e municipal do PCdoB se reuniram, nesta terça-feira (19/01), para avaliar o quadro da disputa eleitoral em Salvador, neste ano de 2016. A capital baiana tem sido considerada a principal batalha política do partido, que já estabeleceu a meta de lançar, pelo menos, 100 candidaturas majoritárias – principalmente nas grandes cidades – e de ampliar as disputas proporcionais, no estado.
Daniel Almeida, presidente estadual do partido, abriu o encontro afirmando que o ano começa melhor para as forças progressistas, na medida em que a ameaça do impeachment demonstra sinais de enfraquecimento, mas ressaltando que novos acontecimentos podem impactar uma conjuntura em permanente oscilação. Em Salvador, segundo ele, as condições deverão ser favoráveis ao projeto comunista.
“A candidatura está consolidada no cenário político, não deve haver dúvida de que nosso projeto para Salvador tem plenas condições de obter êxito e aglutinar amplos setores da população no decorrer da campanha. Faremos todos os esforços para que tenhamos uma ampla aliança, mas se ao final do processo não for possível, levaremos a candidatura, mesmo que sem aliados”, concluiu o presidente.
De acordo com Alice Portugal, a pré-candidata a prefeita, em que pese um quadro nacional adverso, é possível o PCdoB construir uma alternativa de esquerda na capital, “capaz de enfrentar um modelo de gestão elitista e autoritário”. Ela defendeu que a definição do discurso será determinante para o desempenho e que, para tanto, o partido precisa imediatamente compor uma equipe que trate do tema com base em pesquisa qualitativa a ser analisada.
A pré-candidata anunciou, ainda, a realização de contatos com uma série de partidos políticos, tendo como objetivo construir uma aliança em torno do projeto, definindo como fundamental a vinda de apoios partidários para a viabilização do projeto. Alice também defendeu na reunião ser necessário ampliar e motivar a chapa de vereadores, considerando ser possível aumentar a bancada comunista na Câmara Municipal.
Atualmente no Legislativo federal, com cadeira na Câmara dos Deputados, Alice disse estar otimista com a possibilidade de migrar para o Executivo. “Estou disposta e entusiasmada com a ideia de ser candidata e pronta para encarar o desafio. Vamos para a campanha com nossa aguerrida militância e amplos setores da cidade interessados em uma gestão democrática com foco no social”, finalizou a pré-candidata.
Para a presidente do Comitê Municipal Olívia Santana, o PCdoB está tendo, finalmente, uma atitude ousada, uma decisão mais arrojada de apresentar uma candidatura, “sem possibilidade de retorno, com o partido pronto e unificado para fazer a campanha”. Segundo ela, é preciso oferecer alternativas de nomes ao povo, além das tradicionais, e “Alice representa o que podemos considerar como novidade na disputa, uma mulher oriunda das lutas do povo da cidade”.
“Já fizemos o nosso processo interno, nossa conferência girou em torno de nosso projeto, vencemos as etapas até agora da pré-campanha e vamos preparar um programa de gestão. Temos condições de colocar o partido em outro patamar na cidade com sabedoria e criatividade”, concluiu a presidenta.
A reunião indicou, também, uma série de iniciativas que devem ser encaminhadas pela coordenação da campanha, que terá a seguinte composição: Javier Alfaia, Elvia Magalhães, Julieta Palmeira, Vicente Neto, Weslen Moreira, Ricardo Moreno, Emanoel Souza, Geraldo Galindo e João Pereira.