Notícia

Diva Santana: “Defendemos o fortalecimento da democracia”

17 março, 2015

O dia 15 de março para Diva Santana, vice-presidenta do Grupo Tortura Nunca Mais, é uma data significativa. Não pelas manifestações do último domingo. É que foi nesta mesma data que, em 1985, tomou posse o primeiro presidente civil do Brasil, após mais de duas décadas de ditadura militar, marcando o início de um novo período democrático, batizado de Nova República. Os anos de chumbo da ditadura haviam deixado marcas irreparáveis na vida dela e de toda a família.
Diva Santana é irmã de Dinaelza Santana Coqueiro e cunhada de Vandick Reidner, desaparecidos na região do Araguaia, para onde tinham ido lutar contra o regime. Além da dor pelo desaparecimento dos entes, a família convivia, ainda, com a perseguição, pelo vínculo que possuíam com os ‘subversivos’. Por conta disso, a família Santana se viu obrigada a queimar fotografias e documentos de Dinaelza. Além disso, foi privada do direito de velar e enterrar os entes.
Com o fim da ditadura, Diva, apesar de aliviada, não parou. A luta começava ali, pelo direito à informação dos parentes dos desaparecidos, pelo fortalecimento da democracia e pelo fim das violações dos direitos humanos. É uma das organizadoras do ato ‘Viva a Democracia’, do ‘Tortura Nunca Mais’, que acontece no Forte do Barbalho, em Salvador, nesta terça-feira (17/3), em celebração aos 30 anos da redemocratização do Brasil.
O Forte do Barbalho foi o centro de prisão e tortura de presos políticos na Bahia. O ato pretende reforçar, também, as mobilizações para que o espaço seja transformado em um memorial, para guardar a história da ditadura no estado. O ‘Viva a Democracia’ vai contar com palestras de ex-presos políticos, lançamento de livros sobre o tema, além de apresentações artísticas.
“O ato é pelos 30 anos da democracia no Brasil, que é uma construção do povo brasileiro. É inédito isso: são 30 anos sem golpes, sem manobras. Nós defendemos a democracia e estamos fazendo um ato pelo fortalecimento da democracia”, explicou Diva. A vice-presidenta do ‘Tortura’ chamou atenção, ainda, para o fato de o evento ter sido pensado bem antes das manifestações de domingo.
Sobre o movimento, que mobilizou gente nas ruas em todos os estados brasileiros, pedindo, inclusive, a volta dos militares, Diva afirmou que “a democracia é isso: cada um vai para a rua e diz o que está defendendo. Mas nós, neste 15 de março, defendemos a democracia”, finalizou.
 
 
 

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