Em cooperação técnica com os pesquisadores mexicanos José Rodríguez (Universidad Juárez Autónoma de Tabasco – UJAT), I. Caamal Cauich (Universidad Autónoma Chapingo – UACH) e O. Priego Hernández (também da UJAT), o economista baiano Rilton Primo, consultor do Centro de Estudios por la Amistad de Latinoamérica, Asia y África (CEALA), apresentará pesquisa dedicada à pobreza e desigualdade mexicanas, assinalando fatores causais e alternativas de solução através de estimadores estatísticos e análise neoestruturalista do Estado chamado a intervir no processo de defesa dos direitos humanos e transformação social dada a crise sistêmica do processo de acumulação de riqueza em sua forma abstrata ou nominal.
A investigação compõe o segundo tomo do livro “Experimentos de Modelación de la Toma de Decisiones en la Salud Humana, Medio Ambiente y Desarrollo Humano”, editado pela Universidad de Granada com apoio do Ministério da Educação da Espanha e de diferentes grupos de pesquisa, entre os quais a Rede Ibero-americana de Estudos Quantitativos Aplicados – RIDECA, com a qual o CEALA assinou um dos capítulos do primeiro tomo, no ano passado, valendo-se de álgebra matricial marxiana e equações em diferenças para abordar questões relativas à extrema pobreza brasileira.
A publicação integra a programação da 12th International Conference on Operations Research (ICOR), promovida conjuntamente pelas Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) e Universidad de La Habana, entre oito e onze de março de 2016 na capital cubana. Cinco dias após, entre 16 a 18 de março de 2016, Primo e Rodríguez participarão do “I Congresso Internacional de Economia Popular e Solidária e Desenvolvimento Local: diálogo Brasil – Cuba (CIEPS)”, realizado pela Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária da Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS (IEPS-UEFS), no próprio campus da UEFS.
Ao Grupo de Trabalho (GT) 03 – Sociedade, Estado, Economia Popular e Solidária deste I CIEPS, Primo e Rodríguez fizeram dois aportes: 1) uma revisão das bases teóricas do “Sistema Nacional de Comércio Justo”, em processo de estruturação desde sua criação em 2010, quando Brasil passou a ser o primeiro país com semelhante sistema; 2) uma adaptação o modelo de Baumol-Tobim de demanda por moeda para estimar, via cálculo diferencial, duas tendências praxeológicas das famílias e agentes da economia solidária cubanos face aos quatro ambientes cambiários gerados pelo sistema bimonetário vigente há duas décadas na ilha, quais sejam: I – minimizar os custos de transação (maximizando os de oportunidade) e II – minimizar os de oportunidade (maximizando os de transação).
“Para um agente econômico brasileiro ou de outra nação que lide com apenas uma moeda – discorrem Primo e Rodríguez sobre este último aporte – não é fácil imaginar como (apesar de todos os notáveis benefícios sociais e econômicos do sistema de duas moedas cubano) em uma aquisição simples ou em muitas, dependendo do setor econômico, da quantidade e/ou do tipo de moeda usada, pode-se sofrer perdas de 12% a 25% do poder de compra ou gerar ganhos de 4% a 20% entre outros resultados circulares cumulativos que constituem verdadeiras parábolas de cálculo das famílias e agentes solidários quando vão às compras com duas moedas em mãos, o que os levou a desenvolver uma espécie de álgebra iterativa intuitiva, peculiar cálculo mental de uma ilha que, não bastasse repicar o ritmo na rumba, ri jogando xadrez.”
Aos interessados em participar dos debates, as inscrições para participação do I CIEPS podem ser feitas através do link http://ciepsuefs.blogspot.com.br/ e as para a 12ª ICOR pelo seguinte endereço:http://www.matcom.uh.cu/anuncios/convocatoria-icor-2016
Fonte: Aldeia Nagô