Notícia

Em ato no Palácio do Planalto, educadores dizem não ao golpe

12 abril, 2016

Diversos representantes do movimento educacional participaram na manhã desta terça-feira (12) em um ato no Palácio do Planalto, com a presença da presidenta Dilma Rousseff. Os educadores relembraram os significativos avanços na área da educação promovidos nos últimos anos, além de entregarem um manifesto assinado pelas entidades, que rechaçam o golpe de estado em curso no país.
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, relembrou em sua fala os anos de resistência da entidade em defesa do país. “Nós somos a UNE da legalidade, lutamos há décadas em defesa da constituição, durante o golpe militar, fomos Honestino Guimarães e Helenira Rezende, que entregaram suas vidas pela democracia, somos a UNE do fora Collor, inclusive o STF reconheceu nossa entidade como autoridade durante a votação que ocorreu sobre como seria aplicado o rito do impeachment”.
“A universidade mudou muito de cara nos últimos anos, agora existem negros, o filho do pedreiro hoje acessa o ensino superior através do ProUni. Através dessa nova representatividade, já criamos mais de 100 comitês universitários em defesa da democracia. Esses estudantes não se sentem representados por Cunha, Michel Temer e Bolsonaro e consideram que, impeachment sem crime de responsabilidade é golpe”, denuncia Carina.
Representando a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais (Andifes), a professora Maria Lucia Cavalli apontou o quanto as universidades federais foram beneficiadas nos últimos anos dos governos Lula e Dilma, ao contrário do presidente anterior, Fernando Henrique Cardoso, que não criou uma instituição de ensino superior em 8 anos. “Houve uma relevante expansão do ensino superior no país, junto com o Reuni, houveram a ampliação do número de vagas, saltando de 500 mil para 1 milhão de novas matrículas, ocorreu a construção de novos campos, criação de novos cursos, contratação de mais docentes, ou seja, uma significativa ascensão social de famílias ocorreu através desse processo. Por isso e por não haver nenhuma denúncia que pese sobre a senhora, 63 reitores das universidades federais dizem não ao golpe, Dilma é uma figura com muita honestidade”, avalia.
A estudante de medicina bolsista do ProUni, Suzane Pereira, disse que, se não fossem os programas de promovidos durante os últimos12 anos, o seu futuro era certo: “Como mulher, negra e periférica, poderia ser uma excelente babá, faxineira ou doméstica, mas políticas de inclusão mudaram o meu destino. O que eu não aguento mais é lutar contra o retrocesso, contra as tentativas de retirarem direitos arduamente conquistados, nossa luta deve ser pois mais avanços, pelo combate ao racismo que ainda é tão presente em nossa sociedade”.
Coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara participou do ato e afirmou que apoia incondicionalmente o mandato da presidenta, pois é a representação legítima das urnas. “O que está em jogo aqui é a defesa da democracia, de um mandato constitucional e também da nossa constituição. Continuamos na luta pela taxação de imposto das grandes fortunas, pela CPMF, para conquistar mais acesso à educação”, argumenta.
A coordenadora-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino (Contee), Madalena Guasco Peixoto, afirmou que programa de golpistas é um túnel para o passado. “O plano dos golpistas é uma ameaça aos direitos sociais e trabalhistas. O sistema de financiamento da educação e da saúde públicas, que garante um patamar mínimo de receitas, estaria comprometido com o fim de todas as vinculações. Como educadores, não podemos ficar calado diante dessa ameaça”.
Heleno Araújo, coordenador do Fórum Nacional de Educação (FNE) salientou os avanços nos últimos anos dos governos Lula e Dilma no que diz respeito a participação popular nos rumos da educação. “As Conferencias de Educação, o Fórum Nacional de Educação, a participação no PNE, significa a democratização da participação da sociedade civil organizada nos rumos do país, são conquistas dos avanços obtidos nos governos Lula e Dilma”.
Antes da presidenta Dilma discursar, o ministro da educação Aloísio Mercadante fez um resgate dos acontecimentos no país nas últimas décadas, demonstrando que ameaças golpistas sempre estiveram presentes e afirmou que a história sempre reserva o ostracismo aos que ameaçaram derrubar as democráticas estabelecidas. “A primeira vítima, em toda a guerra, é a verdade. Todos os governos que começam com golpe, terminam com tortura e medo”.
Aos gritos da plateia de que não vai ter golpe, os representantes das entidades em luta pela educação, entregaram manifestos à Dilma que rechaçam a tentativa de golpe no país e em defesa da democracia.
Também participaram do ato a Associação Nacional de Pós Graduandos (ANPG), o filósofo e professor Demerval Saviani, o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional (Conif), Roberto Franklin de Leão coordenador da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e o ministro da Ciência e tecnologia Celso Pansera.
Portal Vermelho
 

PCdoB - Partido Comunista do Brasil - Todos os direitos reservados