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“Espero que o próximo presidente seja baiano”, afirma Lula na Bahia

23 outubro, 2015

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre agenda em Salvador nesta sexta-feira (23/10) e, durante a passagem, concedeu uma entrevista a Mário Kertész, da Rádio Metrópole, para analisar o cenário político do Brasil. Ao comentar as eleições de 2018, Lula disse que torce para que o nome escolhido não seja o dele, mas o de alguém mais novo, e chegou a manifestar o desejo de ver um baiano na disputa pela Presidência da República.
“Espero que seja um baiano o próximo presidente. Faz muito tempo que um baiano não está na Presidência”, disse o ex-presidente, ao elogiar a Bahia e políticos do estado, como Rui Costa (governador) e Jaques Wagner (ministro da Casa Civil), embora não tenha apontado nomes para 2018. O último – e único – baiano a comandar o país foi Manuel Vitorino, vice de Pudente de Morais, que assumiu interinamente o Brasil por quatro meses, em 1896/97.
Na entrevista, Lula ainda comentou sobre o governo da presidenta Dilma Rousseff e pediu que as pessoas tenham otimismo de que os problemas serão superados. “Eu sou tão otimista e acho que aprendi isso com a minha mãe. Às vezes não tinha nada para colocar no fogo e ela não reclamava, mas dizia que amanhã vai melhorar. Precisamos acreditar no governo. Não há razões para não acreditar que amanhã vai ser melhor”, disse.
Sobre os pedidos de impeachment da presidenta, Lula foi categórico: “Não há razões jurídicas e políticas”. “Nunca acreditei [no impeachment] porque é uma coisa tão irracional, que compromete a institucionalidade no Brasil. Esse processo só pode ser utilizado em momentos que o presidente desrespeitou a Constituição e a sociedade brasileira. Mas Dilma é uma mulher de integridade, de história nesse país”, acrescentou.
Lula também afirmou que enxerga um enfraquecimento nos movimentos que pedem o afastamento de Dilma porque as pessoas estariam tomando consciência da complexidade do problema. “O momento é difícil para a presidenta, mas também para os governadores, para prefeitos. O momento está difícil para todo mundo. Essa discussão começou errada e acho que as pessoas estão tomando juízo e isso vai acabar logo”.
O ex-presidente disse, ainda, que, embora os pedidos de saída de Dilma sejam compreensíveis – porque partem da oposição e esse seria o papel da oposição -, são intoleráveis as ofensas direcionadas a ela. “Quando vejo alguém xingando a presidenta, me pergunto como é que ele trata a mãe, a irmã. É falta de valores, é algo que vem de berço”.
Lula também aproveitou a entrevista para desfazer boatos que, segundo ele, são espalhados pela imprensa. Ele disse que não pediu a saída de Joaquim Levy, ministro da Fazenda; não reuniu deputados do PT para pedir uma ‘trégua’ para o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara Federal acusado de corrupção; e que não está ‘irritado’ com o jeito e as decisões da presidenta. Ele ainda defendeu as ‘pedaladas’ do governo: “foram para financiar as casas para o povo”.
Sobre Cunha, ele acrescentou que a reunião com os deputados foi para discutir o andamento das pautas do governo na Casa e que o presidente precisa ter garantido o direito à defesa. “Eduardo Cunha tem que ter o direito de se defender, como eu quero esse direito para todo mundo. Se ele dever, ele vai pagar. Ao invés de querer afundar ele, eu quero que ele coloque as coisas para a votação e eu quero é isso, apenas”.
Agenda
Em Salvador, Lula vai participar de um encontro do PT sobre educação no Hotel Fiesta, na Avenida ACM, a partir de 19h. Antes do evento, estão previstos encontros com lideranças políticas da Bahia e uma visita a uma escola pública da capital baiana.
 
 
Foto: Rádio Metrópole 

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