Notícia

Governo lança campanha pela saúde de lésbicas e bissexuais

3 setembro, 2015

O Ministério da Saúde lançou, nesta quarta-feira (02/09), campanha sobre saúde de mulheres lésbicas e bissexuais, com o slogan “Cuidar bem da saúde de todas. Faz bem para as mulheres lésbicas e bissexuais. Faz bem para o Brasil”. A iniciativa conta com a parceria das Secretarias de Políticas para as Mulheres (SPM) e de Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República.

A ministra da SPM, Eleonora Menicucci, destacou a luta das mulheres lésbicas para conquistar direitos e ter maior visibilidade perante a sociedade. “Ela vem na hora em que todas as pessoas que não admitem retrocesso devem se posicionar”, afirmou. “A campanha contribuirá para abrir corações e mentes. Temos que aceitar profundamente a convivência com as diferenças e dizer não a qualquer tipo de violência contra qualquer pessoa”.

A ideia é oferecer informações para que os trabalhadores e profissionais de saúde possam prestar atendimento qualificado e que considerem as necessidades específicas da população lésbica e bissexual, de modo que ela se sinta acolhida. De acordo com o ministro Arthur Chioro, o objetivo é “mobilizar a sociedade para uma causa extremamente civilizatória”. Ele enumerou os princípios que norteiam a ação: inclusão, enfrentamento do preconceito e de todas as modalidades de exclusão, garantia do acesso à saúde, integralidade do atendimento e equidade. Ainda segundo o ministro da Saúde, o lançamento da campanha marca o Dia da Visibilidade Lésbica, comemorado no último sábado (29/08).

Pesquisa

Para analisar o acesso à saúde da população LGBT no SUS, está em andamento uma pesquisa financiada pelo MS e coordenada pela Universidade de Brasília (UnB), com a participação de mais seis universidades e da Fiocruz Pernambuco, para mapear o atendimento nos serviços de atenção básica, média e alta complexidade. Os resultados devem ser apresentados em 2016.

Conforme o secretário substituto de Gestão Estratégica e Participativa do MS, Rogério Carvalho, entre os principais desafios relatados por mulheres lésbicas e bissexuais no atendimento em saúde estão a crença equivocada de que elas não têm risco de desenvolver cânceres de mama e de colo de útero, e a oferta de anticoncepcionais e preservativos masculinos antes de qualquer abordagem sobre suas práticas sociais.

Entre as ações de saúde para a população LGBT destaca-se a inclusão dos campos nome social, orientação sexual e identidade de gênero na Ficha de Notificação de Violência no Sistema de Informação de Agravos. Além desses, também foi incluído um campo para preenchimento da violência motivada por homofobia, lesbofobia e transfobia.

Segundo o ministro Pepe Vargas, esta informação é importante “para dar visibilidade à violência sofrida pela população LGBT e qualificar os indicadores de saúde”. Levantamento da SDH apontou que 4.851 pessoas foram vítimas de violações de caráter homofóbico no país em 2012, sendo que 37,6% desse total eram lésbicas.

Com informações da SPM

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