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Impeachment passa na Câmara; Bancadas da Bahia e do PCdoB foram contra

18 abril, 2016

 
A Câmara dos Deputados aprovou, no último domingo (17/04), em uma sessão tumultuada, a admissibilidade do processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, que segue agora para a apreciação do Senado. Apesar da vitória por 367 a 137 (as abstenções foram 7), o processo chamou atenção pela unidade em partidos e bancadas estaduais em torno do ‘Não’.
Além do PT (60 deputados), partido da presidenta, outros dois partidos votaram integralmente contra o impeachment:  o PCdoB (10) e o PSOL (com 6 deputados). Entre os estados, a presidenta Dilma conseguiu maioria na Bahia (22 votos contra; 15 a favor; e duas abstenções), no Ceará (11 contra; 9 a favor; e 1 abstenção) e no Amapá (4 contra; 3 a favor; 1 abstenção).
Nos discursos que antecederam as votações, os deputados federais do PCdoB da Bahia denunciaram a ‘farsa’ da sessão. “Se não há crime de responsabilidade, não há justificativa para impeachment. É golpe! Um tribunal de exceção foi criado”, defendeu, na tribuna, a deputada Alice Portugal. Daniel Almeida e Davidson Magalhães também integram a bancada comunista do estado e fizeram coro à denúncia.
Após a derrota, Daniel Almeida, que é líder da bancada do PCdoB na Câmara, falou em manter as mobilizações para derrubar o processo de impeachment no Senado Federal. “Permaneceu a manobra a pressão e o efeito manada. É um sentimento de profunda traição de alguns setores que assumiram compromisso e ficaram do outro lado. Mas nós estamos do lado certo, do lado da democracia, e a luta continua!”.
Povo na rua
Durante todo o domingo, o bairro da Barra, em Salvador, esteve ocupado pelos manifestantes em defesa do mandato da presidenta Dilma. A concentração teve início às 8h, no Farol da Barra, e, até o final da manhã, já eram 20 mil pessoas. Quando a votação foi iniciada, por volta de 17h, a organização já contava 100 mil manifestantes no local.
A ‘Vigília pela Democracia’, como foi batizada, teve um telão para o acompanhamento da sessão, e foi intercalada por intervenções artísticas e discursos de lideranças partidárias e de movimento social. Entre os artistas, estava Lazzo Matumbi, autor de sucessos que se notabilizaram pela crítica ao preconceito racial, como ‘Alegria da Cidade’, gravado por Margareth Menezes.
Lazzo também denunciou que o processo em curso é um golpe e defendeu que os direitos conquistados pela população negra estão em jogo. “Acho que temos muito a melhorar, mas nós (os negros) temos que reconhecer que avançamos muito através desse projeto que querem derrubar. É preciso que cada um faça uma reflexão de como era antes e de como era agora”, afirmou.
O PCdoB e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB), que integram a Frente Brasil Popular (FBP), se destacaram durante o ato, tanto do ponto de vista visual – com balões, faixas e bandeiras -, quanto do ponto de vista da participação da militância e dos dirigentes.
A vereadora Aladilce Souza, em nome do PCdoB, falou na necessidade da união das forças progressistas, mesmo diante de um fracasso das tentativas de derrubar o mandato da presidenta. “Todo esse processo mostrou que a Esquerda no Brasil precisa continuar unida para barrar as forças do atraso”.
 

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