Em entrevista à TV Senado, nesta quarta-feira (11/05), o senador baiano Otto Alencar (PSD) demonstrou preocupação com o precedente “perigosíssimo” que pode ser aberto no Brasil, com   o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O Senado Federal vota, nesta quarta, a admissibilidade do processo e, se o resultado for favorável, a presidenta será afastada por 180 dias.
Otto já foi conselheiro do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e, pela experiência no posto, garantiu que a tentativa de afastar Dilma não tem fundamento. “Não tem crime de responsabilidade fiscal. É algo mais político. Agora, se o processo passar, se abre para o futuro um precedente perigosíssimo. Dilma descumpriu lei complementar e lei complementar não pode servir de argumento para impeachment”, disse.
O perigo do precedente, segundo o senador, será, principalmente, em relação a “prefeitos, que têm minorias nas câmaras, e a governadores, que têm minoria nas assembleias legislativas”. Para ele, os mesmos argumentos poderão ser utilizados para afastar os chefes do Executivo, democraticamente eleitos, nos estados e municípios, por qualquer discordância.
Ainda na entrevista, o senador baiano declarou o voto e elogiou a presidenta Dilma. “Eu vou votar pela coerência. Dilma ajudou bastante o meu estado, a Bahia, e não vai ser na pior hora que vou deixar o aliado de lado. Ela é uma pessoa honesta e tem uma história bonita, principalmente pela luta na ditadura. Dilma escreveu uma página bonita da nossa história”, finalizou.