Notícia

Lula, centrais e movimentos discutem estratégia contra impeachment

7 dezembro, 2015

Reunidas na manhã desta segunda-feira (07/12) no Sindicato dos Engenheiros, em São Paulo, lideranças de movimentos sociais, partidários e de centrais sindicais realizaram uma plenária em defesa da democracia e contra o golpe.
O encontro teve a participação do ex-presidente Lula, e contou ainda com representantes da CTB, Adilson Araújo, da CUT, Vagner Freitas, da UNE, Carina Vitral, do PT, Ruy Falcão e do PCdoB, Renato Rabelo. Representantes do PDT, do PCO, do PSD, da Central de Movimentos Populares, do Movimento Nacional de Luta pela Moradia, da Unegro, e do MTST, entre outros, também marcaram presença.
Cerca de 500 pessoas lotaram o auditório e, em todos os discursos que antecederam a fala de Lula, acima de toda e qualquer divergência estava a convicção de que é necessário unidade e mobilização geral contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff e pela defesa da democracia brasileira.
“Nunca foi tão clara a importância que tem a unidade da classe trabalhadora para enfrentar este cerco que se impõe à democracia e a um legado de conquistas promovidas nos últimos 12 anos”, afirmou Adilson Araújo.
Carina Vitral citou o movimento da ocupação das escolas pelos estudantes secundaristas em São Paulo como exemplo e inspiração à mobilização contra o impeachment. “O movimento provou que ninguém é invencível. O Alckmin, o Cunha e a direita não são invencíveis”, disse Carina.
O ex-presidente Lula iniciou sua fala comunicando que Dilma Rousseff, por meio de seu presidente da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou que está aberta para receber as lideranças dos movimentos sociais esta semana no Palácio do Planalto.
Lula afirmou que a mobilização precisa ganhar as ruas, mas também tem de ter os olhos voltados para o Congresso Nacional. “Tem de fiscalizar, fazer a contabilidade dos votos e acompanhar o dia-a-dia das votações. Este processo tem de ser incentivado mesmo, até para ajudar na politização da sociedade brasileira”, disse Lula.
Ele observou que a conjuntura política atual espelha um processo cíclico na história brasileira. “Todas as vezes que a sociedade se organiza para avançar liderada por setores progressistas e focada nas questões sociais, em contrapartida a direita se organiza também para desmanchar tudo”, disse ele, citando passagens da história envolvendo Juscelino Kubitschek e João Goulart.
“Somente a democracia permite que um país eleja um torneiro mecânico presidente, como aconteceu aqui, ou um índio presidente, como é o caso da Bolívia, ou que permita que Nelson Mandela tenha chegado ao poder e feito a revolução que fez”, disse Lula, que ao final de seu discurso afirmou que está a disposição para todos os atos políticos contra o impeachment que forem organizados. Ele parte amanhã para um encontro mundial das esquerdas em Berlim, na Alemanha.
O cronograma de atividades anti-impeachment está sendo definido. Ainda nesta tarde, a Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo e outras entidades e movimentos sociais se reúnem para organizar uma agenda de mobilizações contra o processo de impeachment e em defesa da democracia.
Portal CTB
 

PCdoB - Partido Comunista do Brasil - Todos os direitos reservados