Notícia

Médicos de Salvador param por tempo indeterminado

17 junho, 2015
Os médicos que trabalham na Secretaria Municipal de Saúde de Salvador estraram em greve a partir desta quarta-feira (17/6). A decisão, tomada em assembleia, na noite de ontem (16), reforça a paralisação dos servidores municipais. Os médicos, entretanto, tem pauta específica de reivindicações.
A situação do serviço de saúde municipal é dramática. Segundo relatos feitos durante a assembleia, as condições de trabalho na maioria das unidades e postos, incluindo os Caps, estão insustentáveis. Em muitos locais a umidade e o mofo tomam conta das paredes, estabelecendo um ambiente totalmente insalubre. Também faltam materiais e medicamentos, salas adequadas para atendimento, móveis e utensílios hospitalares e pessoal em número suficiente para a demanda da população.
Um problema grave que voltou a ser destacado na assembleia é a crescente insegurança em diversas unidades. Recentemente um posto teve que ser fechado no bairro da Federação por conta de ameaças feitas por organizações do crime organizado que atuam no local. Além disso, o medo de assaltos e agressões é grande e muitos casos já foram registrados na cidade.
Assim, a pauta específica inclui melhores condições de trabalho, reajuste salarial, ambientes mais saudáveis e seguros, materiais e instalações adequadas. Também está na pauta o combate ao assédio moral que vem ocorrendo por parte dos gestores, através do envio de ofícios e comunicados constrangedores aos médicos. Nesse sentido, inclusive, é urgente a criação de uma Diretoria Médica dentro da Secretaria Municipal de Saúde. Também as unidades carecem de um diretor médico capaz de conduzir uma coordenação técnica dos serviços.
Em relação ao ponto eletrônico, os médicos cobram isonomia. É preciso que os critérios e utilização sejam iguais para todos. Até que isso ocorra, a orientação e suspender a utilização do sistema. A categoria pede ainda uma revisão dos critérios de insalubridade, dos abonos e a garantia da extensão da carga horária. A realização de concurso público para substituir os vínculos precários, a qualificação das gerências e a criação de uma Comissão de Ética são demandas igualmente importantes.
O Sindimed orientou que os profissionais documentem as precariedades nos locais de trabalho, através de fotos e filmagens feitas com celulares. O presidente do Sindicato, Francisco Magalhães, disse que vai reunir esse material para apresentar ao Ministério Público, pedindo providências legais contra o caos instalado em Salvador. “Vamos relatar tudo, vamos encaminhar ofícios também à Prefeitura e até ao arcebispo. A denúncia será ampla. Quem quiser que me processe, mas o Sindimed está cumprindo seu papel. Vamos botar a boca no trombone”, destacou Magalhães.
A próxima assembleia ficou marcada para o dia 25 de junho, logo após o São João, às 19h, na sede do Sindimed, quando será feita uma primeira avaliação da paralisação e definidos as atividades de greve a serem encaminhadas.
Fonte: Sindimed
PCdoB - Partido Comunista do Brasil - Todos os direitos reservados