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“O momento é de politização”, diz Altamiro Borges sobre crise

13 março, 2015

miro
O secretário nacional de Questões de Mídia do PCdoB, Altamiro Borges, que também preside o Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé, esteve em Salvador, nesta sexta-feira (13/03), participando de um seminário promovido pela seção baiana da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-BA). Convidado a analisar a conjuntura política atual, Borges avaliou que o momento é de tensão e que é essencial a promoção e a qualificação do debate.
“Estamos passando a viver, como na Venezuela, em uma tensão da luta de classes. E esse é um momento novo da luta de classes. Não teremos mais paz. A direita brasileira está sedenta, com sangue nos olhos. As reformas que fizemos, embora tenham sido tênues, deixaram a direita enraivecida”, atestou o secretário do PCdoB ao público, que lotou o auditório da nova sede do Sinpojud (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado), em Nazaré.
Altamiro Borges defendeu que a vitória da presidenta Dilma Rousseff (PT) nas urnas não significou que as forças progressistas ganharam mais espaço no País. “Ganhamos a eleição, mas perdemos na luta de ideias e a hegemonia na sociedade. Temos o Congresso mais conservador desde a época de ditadura militar e o presidente da Câmara Federal é um lobista. Não podemos esperar que as pautas progressistas sejam aprovadas”, continuou.
Para ele, uma das principais finalidades da mobilização da direita é a privatização da Petrobrás e o recuo nos direitos dos trabalhadores, com a aprovação de pautas como a da terceirização no Congresso, por exemplo. O presidente do Barão de Itararé afirmou que observa o crescimento no Brasil de uma corrente neofascista, com ideias homofóbicas, racistas e de preconceito regional que estão sendo introduzidas nas casas legislativas, justamente pelo aumento das bancadas conservadoras.
Embora tenha dito que não acredita em uma receita para a superação do cenário, Borges apontou o caminho: encarar as polêmicas e intensificar os debates. “Vamos ter que intensificar a nossa luta e cada vez o debate político. Quem foge de polêmica perde. Precisamos argumentar se a população quer mesmo voltar ao passado. O momento é de politização”.
Além do dirigente do PCdoB, também fez parte da discussão a representante do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) Nádia Souza, que analisou as mudanças nos direitos dos trabalhadores, com as Medidas Provisórias 664 e 665, do Governo Federal. Foram alteradas e endurecidas as regras para o acesso a benefícios como seguro desemprego, abono salarial, pensão por morte, auxílio doença e seguro defeso.
Nádia ciritcou as medidas. Segundo ela, ao mexer nos direitos, sobre o pretexto de fazer os ajustes fiscais, o governo não levou em conta a fragilidade do mercado brasileiro, que possui uma alta taxa de rotatividade – a maioria das demissões acontece até 1 ano de trabalho (67%). “É como se, para se tomar essa decisão, os valores econômicos sobrepusessem os valores sociais”, afirmou.
No encontro, o secretário de Comunicação da CTB-BA, Emanuel Souza, também realizou uma intervenção sobre a abertura de capital na Caixa Econômica Federal (CEF). “É um caminho para a privatização”, criticou.  Danielle Costa, secretária de Organização do PCdoB, também interviu no debate para declarar a posição do partido: Estamos no governo Dilma, mas temos críticas contundentes. Estamos do lado do trabalhador”.
 
 

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