Em 2016, cada um dos 32 postos policiais que cobriam os circuitos do Carnaval em Salvador tiveram a presença de uma oficial mulher para ajudar no combate à violência de gênero. O Observatório Permanente de Discriminação Racial e LGBT e Violência contra a Mulher, coordenado pela a Secretaria Municipal de Reparação (Semur), registrou 461 denúncias de violência contra pessoas do sexo feminino em cinco dias de festa – entre quarta-feira e domingo, 4 e 9 de fevereiro.
As denúncias feitas envolvem assédio, lesão corporal e até estupros. Os casos lideraram o ranking de violência contra as minorias na festa, seguidas das denúncias de situação de vulnerabilidade social (308) e discriminação contra LGBT (182).
Foram recebidas denúncias também pelo Ligue 180, Central federal de Atendimento à Mulher. Durante a folia, em todo o estado, foram mais de 15 mil atendimentos, com 140 registros.
E o Carnaval é uma festa em que o assédio sexual fica mais escancarado. Um dos casos que ganhou repercussão foi o das irmãs, agredidas por que uma não quis ser beijada por um rapaz. Para a secretária estadual de Políticas para as Mulheres, Olívia Santana, o caso representa bem o que deve ser combatido. “Elas vivenciaram uma situação extrema de machismo. É como se a mulher não pudesse dizer não. Mas, ela tem liberdade de namorar se quiser”.
A SPM, pelo segundo ano consecutivo, colocou na rua o bloco da campanha Vá na moral ou vai se dar mal, na tentativa de conscientizar homens e mulheres sobre o combate às agressões.
Com informações do Correio