Em auditório lotado neste sábado (30/04), o Comitê Municipal de Salvador realizou seminário de Comunicação, para tratar sobre a utilização das redes sociais em período eleitoral. O evento reuniu dezenas pessoas, entre assessores de comunicação, secretários e coordenadores de comunicação dos sindicatos da base, representantes de distritais e coletivos, além dos pré-candidatos.
Dividido em três partes, o seminário contou com a deputada federal Alice Portugal e a presidente Olívia Santana, na mesa de abertura, o secretário nacional de Comunicação do PCdoB, Júlio Vellozo, o publicitário Mauro Panzera e o jornalista João Paulo Oliveira, que deram suas contribuições sobre estratégias de comunicação, e o advogado Vandilson Costa, que fez esclarecimentos sobre as mudanças nas regras eleitorais.
Alice fez uma breve análise de conjuntura e convocou os militantes a assessores a atuarem na mobilização, para manter os trabalhadores nas ruas em defesa dos direitos. “Temos que correr em direção ao futuro. Os conservadores estão abusando da mídia para construir este cenário de crise política. Mas, nós não temos medo de dizer a verdade sobre os inquisidores do golpe”.
A pré-candidata destacou que é importante não só orientar os eleitores antes do voto. Mas, orientar os candidatos a vereadores para fazerem uma boa bancada e prestarem o papel certo na Câmara em nome do PCdoB, para que aconteçam os mesmos vexames ocorridos no último dia 17 de abril na Câmara Federal.
Olívia destacou que o evento foi pensado pela direção do comitê municipal, por entender que a comunicação se trata de uma questão estratégica indispensável para expor o projeto do PCdoB para Salvador. “É através das ferramentas de comunicação que vamos falar ao povo. Por isso, temos que dominá-las. Mas, sem sair das ruas. Nossa campanha é do tostão. Não temos grandes empresários para injetar dinheiro. O que temos são ideias, os nossos parlamentares e militância”, reforçou a presidente municipal.
Comunicação e eleições
Para o secretário nacional de Comunicação, o problema que o PCdoB ainda enfrenta é que tem grande influência política, mas continua a ser um partido pequeno. “Como transformar esta influência em volume? Através da comunicação. Precisamos ocupar a cena política”. Segundo Júlio, cada um tem que apresentar o PCdoB amplamente no seu cotidiano, e uma forma fácil e prática de fazer isso é por meio das redes sociais, já que a maioria passa o dia conectado.
O secretário apontou ainda que o mau momento político em que o Brasil se encontra é bastante propício para ampliar a visibilidade do Partido Comunista no país. “Através da internet podemos divulgar o que quiser. Mas, temos que saber o que publicar, para aproveitar bem este espaço. Temos que ter bem claras as orientações políticas”. Ele enfatizou as afirmações de Alice e Olívia de que as redes são o caminho para as ruas. E uma não pode substituir a outra.
O publicitário Mauro Panzera, da Grito Propaganda, reforçou que as redes sociais não devem ser apenas lugar para esparramar boatos. Mas, espaço para disseminar ideias e estão revolucionando a forma de relação das pessoas. Segundo ele, as mais usadas no mundo são: instagram, google+, twitter, whatsapp (grupos), youtube e facebook. De acordo com a Pesquisa de Mídia Brasil, 50% da população brasileira têm acesso diário à internet. Dessas, 58% usam whatsapp, 17% têm conta no youtube e 83% têm perfil no facebook.
Em Salvador, com base em pesquisa da Ness Comunicação, agência da qual o jornalista João Paulo Oliveira faz parte, dos cerca de 2,8 milhões de soteropolitanos, 2,2 milhões têm acesso todos os dias à internet e 90% desses estão nas redes sociais. Ou seja, campo bastante propício para a campanha eleitoral eletrônica, que é o que está posto após a nova lei eleitoral.
“Compartilhar o conhecimento neste momento é fundamental. Além disso, é preciso liderar processos de comunicação em cada nicho social individual, principalmente os líderes comunitários, de bairro, sindicatos e organismos”, lembrou João Grandão, como é conhecido o jornalista. Para ele, esta verticalização da comunicação pode se refletir nas urnas em outubro.
Regras e mudanças eleitorais
Com as alterações nas leis eleitorais, resoluções e Código Eleitoral, mudou quase tudo nos termos de campanha. De acordo com o advogado Vandilson Costa, entre as mudanças, novo período para a realização das convenções: segunda quinzena de julho. Isto amplia a pré-campanha e encurta a campanha propriamente dita, que agora começa no dia 16 de agosto para quem está com a situação regularizada.
Na qualidade de pré-candidatos, todos estão mais livres para se articular e podem, por exemplo, dar entrevistas. Estão proibidas pinturas nos muros e placas nas ruas. É permitido, no entanto, adesivos nos carros com 50×40 cm, colar cartazes e adesivos de até meio metro quadrado em muros, panfletagem nas ruas, perfurate nos carros na totalidade dos vidros traseiros e bandeiras, que não têm tamanho determinado.
