Notícia

Peritos do Japão acompanham policiamento comunitário da Bahia

28 janeiro, 2015

A Polícia Militar baiana recebeu, na terça-feira (27/01), a visita de peritos do Japan Internacional Cooperation Agency (Jica), grupo responsável pelo policiamento comunitário do Japão. No Quartel dos Aflitos, em Salvador, os visitantes se reuniram com o comandante geral da PM, coronel Anselmo Brandão, para acompanhar o andamento das atividades nas bases comunitárias de segurança, que têm sido adaptadas ao Koban – sistema de segurança japonês baseado na aproximação do policial com a população.
“Este trabalho vem sendo feito desde 2007 no Brasil. Na Bahia, desde 2011. Essa parceria com o Japão serviu para nos fortalecer e mostrar que estamos no caminho certo. No Japão, eles utilizam a filosofia do Koban baseada nos princípios que nós estamos colocando no [programa] Pacto pela Vida, onde a polícia, além da atividade do dia a dia, se envolve com as questões sociais. O policial passa a ter mais contato com a sociedade, entendendo a área de atuação de forma mais humana”, explica o coronel Anselmo Brandão.
Desde 2011, foram capacitados com a metodologia japonesa 1.634 policiais militares da Bahia. Os três primeiros oficiais qualificados no Curso Internacional de Multiplicador de Polícia Comunitária pelo sistema Koban passaram por treinamento no Japão, após assinatura de Acordo de Cooperação Técnica (ACT) da Secretaria Nacional de Segurança Pública, Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP) e a agência japonesa. Foram esses militares os responsáveis pelo desenvolvimento de oficinas e cursos sobre o tema no estado.
Bases comunitárias
A comitiva japonesa iniciou o acompanhamento às bases comunitárias na manhã da terça. Os peritos visitaram as unidades do Rio Sena, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, e do Bairro da Paz. Os policiais da Jica conheceram as instalações, que são subdividas em alojamentos, vestiários, banheiros, auditório, Centro Digital, salas de aula e Centro de Videomonitoramento, de onde é possível, por meio de sete câmeras, acompanhar a movimentação nas ruas.
Por meio de palestras ministradas por militares, os peritos também passaram a conhecer as atividades de cunho social desenvolvidas nas bases. Na unidade do Bairro da Paz, por exemplo, acontecem aulas de karatê, oficinas de dança, música e arte. Segundo o comandante da base, capitão Henrique Alves, as atividades com as crianças demoraram a ser aceitas pelos pais.
“A gente utiliza o militarismo como forma de disciplinar [as crianças]. Avaliando os resultados, sem dúvida, têm ajudado as crianças em casa e na escola. No início, os pais ficavam com o pé atrás, por estarem acostumados com a polícia do passado, a da repressão. Depois que conheceram nossos mecanismos, passaram a procurar a gente para incluir o filho nas atividades”, conta.
Apoio
Ao fim da visita, os peritos analisaram os serviços. “Estou surpreso com o que vi. Pelo pouco tempo, a Bahia já conseguiu se desenvolver bastante em relação à estratégia do policiamento comunitário. Está um tanto distante do Japão, que considero o país mais seguro do mundo. Mas a metodologia Koban, apesar de depender muito da polícia, depende também da população. Aqui tem muita coisa para se melhorar ainda, mas o trabalho tem que contar com o apoio da população. As pessoas têm que parar de ver a polícia como inimiga, ela deve ser vista como um herói”, opinou Katsuya Endo, um dos peritos do Jica.
Fonte: Secom-BA
 

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