Mais de 30 mil pessoas caminharam pelo Centro de Salvador nesta sexta-feira (15/4). Mais uma vez, o povo da Bahia ocupou as ruas para mostrar que luta pela permanência do mandato da presidente Dilma Rousseff, preservando o estado democrático de direito, ao contrário do que diz a grande imprensa, que tenta passar a imagem de que os brasileiros compactuam com a tentativa de golpe em curso. Para os trabalhadores, o processo de impeachment é apenas uma batalha na guerra pela garantia dos direitos.
Vale destacar que a ampla caminhada não foi apenas dos movimentos sociais. Muito se via da população aderindo ao movimento. Quando não no chão, estavam nas janelas, acenando, gritando palavras de ordem ou exibindo cartazes em apoio ao movimento e em defesa da manutenção do mandato da presidente. “Esse ato e todos os outros vão se acumulando, levantando cada vez mais o povo brasileiro contra esse absurdo, esse golpe em curso. Golpe é golpe, no passado e no presente”, disse Olívia Santana, presidente municipal do PCdoB Salvador.
Segundo Olívia, o momento é grave. Pois, foi a muito custo, inclusive a custo de muitas vidas que se perderam lá atrás, em 1964, que os brasileiros travaram a luta em defesa do estado democrático. Então, não é possível que agora, em pleno século XXI, em 2016, uma nova forma de golpe venha se apresentar.
Para o presidente estadual da CTB, Aurino Pedreira, a concentração desta sexta foi um aquecimento para a grande vigília prevista para domingo (17/04) no Farol da Barra. Mas, é uma ação importante na disputa pela informação que a grande imprensa tenta passar, de que a maioria da população está a favor do impeachment. “Estamos fazendo uma disputa de ideias e, a partir das ruas, disputando a votação no Congresso”. Segundo ele, as manifestações impactam no posicionamento que os parlamentares vão ter em relação à votação neste domingo. Pois, com as redes sociais, mesmo lá na disputa interna, os parlamentares estarão acompanhando como as ruas estão reagindo.
O vereador Everaldo Augusto acredita que muitas batalhas da guerra pela democracia já foram vencidas, como a da opinião pública, dos artistas e intelectuais, dos movimentos sociais, além da imprensa mundial, que tem denunciado o golpe. Mas, ainda faltam muitas a serem vencidas, a exemplo da mídia brasileira golpista, vendida, monopolista e direitista, e da votação no Congresso Nacional. Ele, no entanto se disse confiante de que a maioria votara contra o golpe e em defesa do Brasil.