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Relatório da SMED reforça descaso da prefeitura com a Educação em Salvador

13 julho, 2015

Foi divulgado, nesta segunda-feira (13/07), diagnóstico da Secretaria Municipal da Educação de Salvador (SMED) sobre as instituições de ensino da rede, que revela os 10 problemas mais frequentes nas unidades educacionais. São estes: infiltração, muito calor nas salas de aula e alagamento em dias de chuva, mobiliário e equipamentos sem condições de uso, contratos de terceirizados, material pedagógico inadequado, problemas na rede elétrica, insegurança, falta de acessibilidade e problemas com a merenda.

Para a direção da APLB Sindicato, não há novidade nesta conclusão, pois os educadores sofrem diariamente com estes problemas e têm reivindicado condições dignas de trabalho em todas as pautas de negociação. “Isso demandou muitas ações efetivas do Sindicato e da categoria para tentar reverter o quadro. Graças a muita insistência nossa, algumas poucas coisas, como a climatização das salas, começaram a ser solucionadas”, disse Elza Melo, coordenadora da entidade sindical.

As visitas às escolas começaram em março último. Mais de dois anos depois de o prefeito ACM Neto assumir a prefeitura, faltando um ano e meio para o fim do mandato. No total, são 428 unidades e até agora foram visitadas 200. Destas, 67 foram consideradas impróprias para receber funcionários, alunos e professores. No entanto, continuam funcionando, colocando em risco a vida da comunidade da rede pública de ensino municipal.

Os dados só reforçam o descaso com reais as necessidades da população soteropolitana por parte da administração municipal, que governa para poucos, beneficiando apenas uma pequena fração da cidade. Para bancar isso, os investimentos em educação e outras áreas, como saúde e contenção de encostas, são comprometidos. Dos quase R$ 7 bilhões no orçamento para 2015, foi previsto para a Educação R$ 1,1 bilhão. Mas, não foi percebida muita mudança.

No último dia 30 de junho, o prefeito anunciou que serão destinados ao setor R$ 500 milhões até o final de 2016. Os educadores esperam que realmente este valor seja aplicado em ações de melhorias. Afinal, a Secretaria Municipal de Educação parece não saber como empregador o dinheiro. Exemplo disso é a insistência no Programa Alfa e Beto, em 2014, rejeitado pelos docentes pela insuficiência do conteúdo, jogando fora R$ 6,2 milhões, valor de custo do material. Este ano, aconteceu o mesmo com o programa Airton Senna.

“São programas e projetos pedagógicos que vêm de fora e não condizem com a realidade de Salvador. Todo ano, são milhões de reais jogados fora. Queremos a discussão de um projeto pedagógico direcionado para Salvador, construídos pelos professores da rede municipal”, salienta a coordenadora.

De acordo com Elza, é preciso que a escola seja um ambiente prazeroso, tanto para os professores quanto para os alunos, que em sua maioria vão em busca de uma realidade diferente da vivida em casa, de fome e família desestruturada. “Precisamos estar preparados, com um local apropriado e em condições para acolher este público. A permanência das crianças nas escolas depende disso”. Finalizando, a educadora sinalizou que a luta permanente é para alcançar a educação de qualidade que Salvador quer e precisa.

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