Notícia

Responsáveis pelas mortes de Colombiano e Catarina continuam soltos

23 abril, 2015

O processo contra os autores e executores dos assassinatos de Paulo Colombiano e Catarina Galindo permanece em ritmo lento. Em junho deste ano, se completam cinco anos dos crimes e os responsáveis continuam impunes, livres, ancorados na morosidade da Justiça e nas manobras protelatórias promovidas pelos advogados de defesa. Na época, os criminosos só passaram 19 dias presos.
A demora em mandar a júri popular os criminosos ganhou novo elemento. Dois juízes da Primeira Câmara Criminal (Segunda Turma) que julgariam os recursos da acusação e da defesa sobre a pronúncia do juiz Paulo Sérgio Barbosa de Oliveira se declararam impedidos, o que acarretará mais atrasos do que os tradicionais previstos.
A decisão do juiz de primeiro grau foi mandar a júri popular quatro dos cinco acusados (Claudomiro Santana, Adailton de Jesus, Edilson Duarte e Wagner Luis) e excluir Cássio Santana, irmão de Claudomiro Santana, acusado pela polícia de ter participado da organização do crime. O recurso da acusação e do Ministério Público é para que Cássio Santana também vá a júri, no entendimento de que existem indícios suficientes para incriminá-lo.
A situação atual é a seguinte: ainda será designado um procurador de Justiça para se manifestar sobre o caso e, após isso, os recursos da defesa e da acusação serão julgados por uma Turma da Primeira Câmara Criminal. Depois que houver o julgamento pela Turma na Bahia, caso os acusados sejam condenados, ainda cabem recursos a instâncias superiores, que podem garantir por tempo indeterminado a liberdade dos criminosos até uma decisão definitiva em um dos fóruns da Justiça.
Nenhum dos passos dos trâmites referidos tem prazos definidos nem previsões seguras de quando acontecerão. E assim, a morosidade vai assegurando a impunidade de quem deveria estar atrás das grades.
Mensagens reveladoras
De Claudemiro Santana enviada à esposa 
Estou em um momento difícil: as eleições serão em 10, 11, 12, 13 de novembro (veredito final se eu continuarei c/ a Mastermed – de onde tiro nosso sustento). Serão cinco chapas concorrendo e nunca aconteceu isto. Não sei se conseguirei atingir as cinco. O tempo e exíguo e o risco grande. […] Nunca gastei tanto dinheiro como agora (apartamento e eleição – c/ 5 chapas), mas vou até o fim (com grande risco de perder), fora o risco de vida”.
 De Adailton Araújo de Jesus a Claudemiro César Santana
“Desejo ao senhor nesta data muito especial muita paz, saúde e prosperidade. Essas são as sinceras palavras do seu FIEL ESCUDEIRO, enquanto eu tiver força e saúde estarei ao lado do senhor, dedicando a minha vida e todo o meu PROFISSIONALISMO. Um grande abraço de seu amigo, filho, Adailton”.
 
Os documentos acima, constantes do processo e com autenticidade reconhecida pelos réus, são bastante esclarecedores. Desde o dia do assassinato que familiares e amigos revelaram à polícia que Paulo Colombiano propôs rever o plano de saúde do Sindicato dos Rodoviários por considerá-lo extorsivo à categoria e que por conta disso recebera ameaças.
Em uma das mensagens acima, o mandante do crime diz que é do plano de saúde que tira seu sustento e que era grande o risco de perdê-lo; e na outra o executor se declara como “fiel escudeiro” do mandante e que seu “profissionalismo” estará à disposição dele enquanto tiver força e saúde.
Portanto, as razões do crime estão claras diante de fatos já amplamente divulgados e esses documentos agora tornado públicos só reforçam as provas da denúncia da polícia sobre os responsáveis pelo crime.

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