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Segundo Wagner, impeachment nasceu natimorto e deve ser enterrado

22 dezembro, 2015

Em entrevista nesta terça-feira (22), o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou que “a oposição abandonou Michel Temer em 24 horas” depois que o impeachment ficou “hibernando”. E alfinetou: “Só que a população percebe, porque quem trai uma vez, trai dez”.
O ministro não poupou críticas à oposição. Disse que o candidato derrotado nas urnas e senador, Aécio Neves (PSDB-MG), “tenta trafegar na impopularidade do governo, mas não apresenta propostas que poderiam emparedar a presidenta”.
Jaques Wagner salientou que o impeachment da presidenta Dilma, tentado pelas manobras golpistas da oposição, nasceu “natimorto” e a tendência é ser “enterrado” na Câmara dos Deputados.
Ele desmontou o discurso tucano que tenta que validar suas manobras em direção ao golpe. Wagner disse que o impeachment em si “não é golpismo”, pois é uma medida prevista na Constituição, mas sua “banalização” é golpista.
Para o ministro, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) “fortaleceu” o instrumento do impeachment e afastaram a “volúpia” de “alguns”.
“Não gosto de dizer que o [impeachment] está enterrado. O que está enterrado é que não há consenso sobre o crime de responsabilidade da presidenta Dilma. Esta é minha opinião. Este impeachment, assim que a Câmara resolver votar, a gente vai enterrar. Não sei a cronologia, até porque vai depender do presidente da Câmara, mas, para mim, hoje ele está natimorto, até porque a sociedade está mais a fim de saber de emprego e desenvolvimento do que de impeachment”, disse ele, pontuando que o impeachment “não morreu, mas está frio”.
Ele destacou ainda que o processo de impeachment “não é mais a agenda do governo” que, segundo ele, está “mais preocupado” com a retomada do crescimento econômico e a recuperação dos investimentos.
Economia
Fazendo um balanço de 2015, o ministro manifestou otimismo, mas disse que “não é hora de soltar foguetes”, apenas “celebrar um momento melhor do que aquele em que estávamos há algum tempo”. E completou: “Sempre ressalvando que há muito o que fazer na política e na economia”.
Sobre a nova equipe econômica, disse que é “mais harmônica” e pediu paciência com o novo chefe da pasta, Nelson Barbosa, que substituiu Joaquim Levy, não irá fazer “loucura”.
“A troca de ministros acho que é importante. Não vou comparar o [Joaquim] Levy com o [Nelson] Barbosa porque ambos têm competência técnica, mas repito: como economia não é ciência exata, tem 150 opiniões sobre os rumos da economia, apostamos em um, colhemos fruto, mas não o que queríamos. […] Acho que a mudança é porque foi um ano que teve desgaste da operação da economia no momento de crise e acho que você terá um equipe mais harmônica”, disse o ministro.
Jaques Wagner afirma ainda que toda a sociedade, “seja quem depende de emprego ou do sucesso dos negócios, quer que as coisas andem”.
“É claro que tem de ter um pouco de aposta, de querer que dê certo, porque se não tiver, não funciona. O cara nem sentou na cadeira e o caboclo está dizendo que ele vai fazer loucura. Não vai. O Nelson é um cara extremamente equilibrado”, completou Wagner.
Indagado pelos jornalistas a apontar os “erros na área econômica” em 2015, o ministro afirmou que o governo fez apostas que não deram certo, mas rebateu os “engenheiros de obra pronta”.
“Todo mundo sabe que teve medidas que nós apostamos e a posologia [dosagem] foi errada. Como no caso das desonerações, na redução do nosso [equilíbrio] fiscal. Isso todo mundo reconhece. [As críticas vêm] dos engenheiros de obra pronta, o que é fácil. Então, não tem uma culpa só. Temos culpa? Evidente. Fizemos uma aposta que não deu certo. Mas isso não é dolo. É que exageramos na dose”, avaliou.
Fonte: Portal Vermelho
 

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