Notícia

Setre lança nesta sexta (12) o documentário ‘A Cor do Trabalho’

12 dezembro, 2014

Uma sessão especial no teatro da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), no bairro do Cabula, em Salvador, marca, nesta sexta-feira (12/12), o lançamento do documentário A Cor do Trabalho produzido pela Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e dirigido pelo cineasta Antônio Olavo. A apresentação começa às 19 horas e o documentário “faz um resgate histórico da relação do negro com o trabalho na Bahia, desde a época da escravatura até os dias atuais”.
Para o secretário estadual do Trabalho e Esporte, Nilton Vasconcelos, o documentário registra como a união entre a solidariedade e o trabalho constituiu uma força com o poder de transformar histórias e vidas da população negra na Bahia, “tornando positivas as suas vivências, superando as adversidades e servindo de exemplos e referências para as gerações posteriores”.
O documentário A Cor do Trabalho deixa clara a importância da educação na ascensão social. E traz depoimentos de personalidades negras que se destacam na sociedade como médicos, políticos, artistas, advogados e antropólogos, além  de celebridades como a cantora Margareth Menezes, Clarindo Silva, Vovô do Ilê e João Jorge do Olodum. Todos contam histórias de como venceram em suas atividades profissionais.
O cineasta Antonio Olavo destaca, ainda, que A Cor do Trabalho mostra que “a educação e a qualificação profissional melhoram a maneira de se enfrentar a desigualdade social”. Este documentário é parte de um conjunto de ações desenvolvidas pela Setre, desde 2007, entre as quais o Edital de Apoio à Economia Solidária de Matriz Africana, cujo objetivo é fortalecer e valorizar, de forma permanente, as raízes históricas do povo negro, nos aspectos sociais, econômicos, culturais, étnicos, religiosos e políticos.
Público-alvo
Com cenas urbanas e rurais, o documentário realça o lugar especial do conhecimento, da família, da comunidade, das redes de parentesco biológico ou espiritual, da mulher. “O objetivo foi mostrar, realmente, como a educação pode ajudar na ascensão do negro na sociedade”, explica Antonio Olavo.
A Cor do Trabalho não tem cunho comercial e o seu público-alvo são os alunos das escolas públicas do Estado formadas, majoritariamente, por jovens negros e negras. As exibições do documentário sempre terão acesso livre ao público e três mil cópias serão doadas para bibliotecas, instituições públicas culturais, entidades negras e todas as escolas do ensino fundamental, ensino médio e ensino superior da rede pública da Bahia.
Quilombolas
Durante a realização das filmagens, Antonio Olavo percorreu várias comunidades quilombolas, visitando 32 Empreendimentos Econômicos e Solidários (EES), registrando experiências do povo negro em Salvador e no interior baiano. “Fizemos um resgate importante para mapear as atividades dos negros em todo o Estado”, justificou.
Antonio Olavo nasceu em Jequié, em 1955, e chegou a Salvador, em 1974, onde ingressou no curso de Geologia da UFBA. Já nessa época, começou a atuar profissionalmente com imagens, inicialmente em cinema, trabalhando como segundo assistente de Direção nos filmes “Dona Flor e seus Dois Maridos” (Bruno Barreto) e “Os Pastores da Noite” (Marcel Camus). A partir de 1978, dedicou-se à fotografia, com especial predileção pelos ensaios de cunho antropológico.
Atualmente, inicia a produção do documentário “1798: a Conspiração e a Devassa”, vencedor do último Edital 2014 do Irdeb/Ancine. O filme é sobre a Revolta dos Búzios, também chamada de “Revolução dos Alfaiates”, que ocorreu na Cidade do Salvador e foi um dos mais importantes movimentos de insurreição de negros escravizados e libertos ocorridos durante a vigência do regime escravocrata, que perdurou por mais de 350 anos, no Brasil.
 
Fonte: Ascom/ Setre

PCdoB - Partido Comunista do Brasil - Todos os direitos reservados