Notícia

Três cidades baianas lideram ranking de assassinatos de jovens

30 junho, 2015

Os municípios baianos de Simões Filho, Lauro de Freitas e Porto Seguro estão entre os mais violentos do Brasil, quando o assunto é o assassinato de adolescentes com 16 e 17 anos. Entre as pesquisadas, as três cidades baianas possuem a maior relação população X mortes. Segundo dados do Mapa da Violência, divulgado na segunda-feira (29/6), durante audiência da CPI do Assassinato de Jovens, no Senado, esses municípios registraram 144 assassinatos de pessoas nessa faixa etária nos últimos três anos.

No ranking por estados, a Bahia ocupa a 9ª posição. Entretanto, os estados do Nordeste são os que apresentam os maiores índices de violência: Alagoas, Ceará e Rio Grande do Norte. De acordo com a CPI, está garantida a realização de debates em cidades da Região Metropolitana de Salvador e em outros sete estados: Roraima, que será o primeiro, nesta sexta-feira (03/070), Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Maranhão e Rio Grande do Norte.

Segundo o levantamento, 3.749 jovens foram assassinados em 2013, o que representa uma média superior a 10 jovens vítimas de homicídio por dia no país. “A projeção é que esse número chegue próximo dos 3,9 mil este ano″, afirmou o sociólogo Júlio Jacobo, um dos autores do Mapa da Violência.

Jacobo destacou: “Impressiona que metade de nossos jovens morra por homicídios. Estamos colocando a culpa nos ‘pacientes’, não na ‘doença’. Nós criamos uma sociedade violenta e corrupta e queremos que os jovens paguem a conta de algo que nós legamos para eles”, disse. O Mapa da Violência aponta ainda que 93% das vítimas são do sexo masculino e mais de três quartos são negros.

Na comparação com outros 84 países, o Brasil ocupa a terceira posição deste indesejável ranking, atrás apenas de México e El Salvador. No Brasil, os crimes com arma de fogo contra jovens de 16 e 17 anos superam o percentual de 80.

O professor Luiz Eduardo Soares, ex-secretário Nacional de Segurança Pública, classificou de genocídio a atual realidade brasileira quanto ao assassinato de jovens e afirmou ainda que o jovem entre 13 e 17 anos, geralmente negro e pobre, é “invisível nos centros urbanos, desdenhado e negligenciado pela sociedade”. E esses são, na avaliação do especialista, que se colocou contra a redução da maioridade penal, os motivos da entrada desses jovens na criminalidade.

Com informações do Política Livre

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