Notícia

UBM emite nota em repúdio a ataque sofrido pela deputada Jandira Feghali

7 maio, 2015

A União Brasileira de Mulheres (UBM) divulgou nota nesta quinta-feira (07/05), em apoio a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que foi agredida verbalmente durante votação na Câmara dos Deputados. Abaixo, o documento na íntegra:

“Nota de Repúdio às agressões sofridas pela Deputada Federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ)

Mais uma vez a Câmara dos Deputados é palco de agressões machistas e incitação à violência contra mulheres. Ontem, durante a votação das MP’s 664 e 665, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) foi agredida fisicamente pelo deputado federal Roberto Freire (PPS-SP) que a agarrou pelo braço. Em seguida agredida e ameaçada verbalmente pelo deputado Alberto Fragra (DEM-DF) apoiando e incitando a violência contra a mulher afirmou: ” Mulher que participa da política e bate como homem, deve apanhar como homem!”. Fragra, que apoia a violência contra a mulher é o mesmo que defende arduamente a Redução da Maioridade Penal.

É inadmissível que a violência contra a mulher e o machismo sejam reproduzidos no espaço que deveria combatê-los. A cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil, uma em cada quatro brasileiras é vítima de violência doméstica. A violência sofrida por Jandira é a mesma que atinge várias brasileiras dentro das suas casas, na rua, dentro do transporte público, no trabalho. Os elevados índices de violência contra a mulher envergonham nosso país. Estamos entre os 7 países que mais matam no mulheres no mundo!

As mulheres são maioria do eleitorado. Mas, ainda estão sub-representadas, sendo menos de 10% do Congresso Nacional. Apenas 51 mulheres foram eleitas para a Câmara dos Deputados de um total de 413 Deputados. Deputada Jandira Feghali está entre elas. Foi relatora da Lei Maria da Penha, é mãe de dois filhos e a única mulher líder de um partido na Câmara dos Deputados.

As recorrentes cenas de machismo, retrocesso de direitos como a Redução da Maioridade Penal e a aprovação do PL 4330, é fruto do Congresso Nacional mais conservador desde 1964. E, só reafirma a necessidade  imediata de uma Reforma Política Democrática que crie condições e amplie a participação política das mulheres. O parlamento é majoritariamente hetero, branco e masculino, um ambiente hostil para as mulheres que lutam contra toda forma de opressão e em defesa da democracia. Ontem, a vítima foi a Deputada Maria do Rosário, hoje Deputada Jandira Feghali, antes delas outras. Até quando dentro e fora do parlamento as mulheres continuam a mercê do machismo? A violência contra a mulher não é o Brasil que a gente quer!

Toda solidariedade a Deputada Jandira Feghali, que nos orgulha com sua luta incansável pelos direitos das mulheres e em defesa de um Brasil democrático, soberano e desenvolvido.  “Não pense, Deputado Alberto Fragra que firmeza, coragem e destemor são características masculinas, são características das mulheres. Desde a dor do parto até a luta política concreta!”  Afirmou, Jandira. A força de Jandira nos encoraja à seguir lutando!

Os movimentos sociais exigem justiça, a violência contra a mulher não pode ficar impune!

Machistas não passarão!

#LuteComoMulher
#ReformaPolíticaJá”

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