Notícia

Vítimas da ditadura são lembradas com monumento em Salvador

28 agosto, 2015

interna1Resgatar a verdade e homenagear aqueles que tombaram na ditadura. Com esse objetivo e com a presença de ex-presos políticos e familiares de mortos e desaparecidos, foi inaugurado na tarde desta sexta-feira (28/8), na praça do Campo da Pólvora, em Salvador, o monumento com os dizeres “Homenagem aos baianos mortos e desaparecidos e a outros brasileiros que aqui tombaram na luta pela liberdade e contra a ditadura”.
A obra, assinada pelo artista baiano Ray Vianna, traz o nome de baianos que lutaram contra o regime militar, a exemplo de Carlos Marighella, Dinaelza Santana e Wandick Coqueira, além de Carlos Lamarca, assassinado na Bahia. A inauguração é parte da Semana da Anistia, que vai até o sábado (29), e homenageia os 36 anos da lei que reestabeleceu os direitos dos opositores ao regime militar.
interna4Para Carlos Marighella Filho, a iniciativa é mais do que merecida, pois, até hoje, muito do que ocorreu durante o regime militar continua obscuro. “Isso é um grande passo, mas a Bahia precisa avançar muito mais nessa questão. Precisamos de centros de memórias para que não esqueçamos o que foi a ditadura e para que os jovens conheçam a história da democracia.”
A homenagem é fruto da parceria entre Governo da Bahia, Grupo Tortura Nunca Mais e Comitê Baiano pela Verdade. Para a vice-presidente do Tortura Nunca Mais e irmã de vítima do regime, Diva Santana, o monumento representa um importante legado para a Bahia e o Brasil, e serve para reavivar a memória da sociedade sobre o pior momento já vivido no país.
Carlos Sarno, ex-preso político e representante das vítimas no evento, declarou que a obra servirá para lembrar dos “bravos baianos que lutaram para defender a democracia e os direitos da população.”  Para Bruno Dauster, secretário-chefe da Casa Civil e também vítima da ditadura, “a iniciativa serve, principalmente, para recuperar a memória do país, ainda mais neste momento em que se fala em tentativa de golpe e violação da democracia.”
Integrante da Comissão Nacional da Anistia do Ministério da Justiça, Ana Guedes afirmou que “essa é uma vitória para o povo baiano, pois um grupo de pessoas engajadas com a causa conseguiu tocar um projeto tão valoroso. Hoje, somos frutos desses bravos guerreiros que lutaram contra o regime.”
 
 
 
 

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