Opinião

Vacinação, auxílio e reformas para lutar pela vida

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8 janeiro, 2021

 

Epidemiologistas calculam que o Brasil chegará à imunidade de rebanho (70%) no 4º Tri de 2021, se tivermos um plano de vacinação contra Covid 19. Mas para reduzir as incertezas socioeconômicas, provocadas pela pandemia, além da vacina, seriam necessárias a prorrogação do auxílio emergencial e uma estratégia para estabilização fiscal.

A economia mundial aponta para forte liquidez no mercado, pela ação dos Bancos Centrais: FED, Europeu e Japonês e pelo menor risco geopolítico (derrota de Trump). E os mercados emergentes passam a ser os mais procurados para novos investimentos. O Brasil tem fortes fatores de atração: ativos baratos e incluídos no ciclo global de crescimento – Commodities e espaço para novos investimentos, pois a presença de estrangeiros detentores da dívida brasileira que atingiu o ápice em 2014 (20%), em 2020 foi de 10%. Então, cabe ao governo aproveitar e tomar medidas correlatas que fortaleçam a economia.

Tivemos inflação de 4,4%; PIB (- 4,5%); dívida bruta 96% do PIB. Segundo o IBGE 14,3% de desempregados, mas há o ‘desemprego oculto’ que amplia taxa para 25%. Para o Banco Mundial o Brasil deve crescer 3% este ano, mas a previsão da economia global é de 5,5%. Nos últimos 10 anos, o Brasil cresceu em média 2,2%, o resto do mundo 30%, segundo o VALOR.

Somando-se 24 milhões sem auxilio emergencial e Bolsa Família, em 2021, com 20 milhões de trabalhadores que estavam com salário reduzido retornando ao regime normal, mas com estabilidade limitada, se não houver desaceleração da Covid, teremos um cenário alarmante no país.

Os USA, além das vacinas, encaminharam um novo pacote de ajuda a microempresas e desempregados de U$ 900 bi (R$ 4,6 trilhões). Já no Brasil, o fim o auxílio preocupa o beneficiário e freima o comércio, projetando outros milhões para abaixo da linha da pobreza, como prevê a FGV. Portanto é condição “sine qua non” preparar o país para manter sua economia aquecida, juros baixos, inflação controlada e reformas pactuadas que dialoguem com o interesse da maioria do povo brasileiro.

Afinal, desde 2016 fomos submetidos a 3 reformas: previdência, trabalhista e teto dos gastos. Vendidas como amargas, mas que nos trariam renda e crescimento econômico. Além de não ocorrer, na disputa pelo Orçamento, constata-se que os investimentos encolheram, enquanto os benefícios fiscais (isenções e incentivos) para setores empresariais privilegiados crescerem. Segundo o VALOR, em 2007: R$ 100 bi, em 2020: R$ 320 bilhões. Devemos assim continuar ou investir em infraestrutura, apoiar as microempresas e auxiliar os vulneráveis?

O país não está quebrado, precisamos é de um governante que seja capaz, sensato e que faça as escolhas certas.

 

Rubens Santiago

Bacharel em Ciências Econômicas UFBA

Especialista em Auditoria Fisco Contábil UNEB

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