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Seminário de mulheres do PCdoB-BA debate estratégias para a eleição

8 fevereiro, 2020


 
O Comitê Estadual do PCdoB realizou, neste sábado (08/02), em Salvador, o seminário ‘Mulheres nas Eleições 2020’, para debater estratégias de construção e eleição de mais candidaturas femininas, neste ano. Pré-candidatas, dirigentes, militantes e equipes de apoio às pré-candidaturas de todo o estado estiveram no encontro, que serviu, principalmente, como um espaço de troca de informações e experiências.
Na abertura, pela manhã, a secretária estadual de Mulheres do PCdoB, Daniele Costa, explicou que o seminário representa, também, um esforço de formação, o que pretende garantir não só mandatos femininos, mas, também, comprometidos com a luta feminista. “A direita também está mobilizada, organizando mulheres para serem eleitas, mas para uma defesa de pautas conservadoras”, afirmou.
Sobre isso, a deputada federal Alice Portugal, que também é secretária de Relações Institucionais do PCdoB, defendeu que o esforço para eleger mulheres feministas é, também, para combater o bolsonarismo. “Não está fácil, muito menos para as mulheres. Temos que enfrentar o fundamentalismo da ministra Damares, e todo esse governo de Bolsonaro […] que está invertido para a opressão, está retroagindo para visões medievais”, disse.

As críticas ao presidente da República foram endossadas por Daniel Almeida, líder do Partido na Câmara dos Deputados. Segundo ele, nada de positivo aconteceu durante o primeiro ano do governo de Bolsonaro, e isso acende o alerta. “Foi só desmonte nesse período, e é justamente por isso que nós devemos ter fé [que vai ser melhor nas eleições deste ano], resgatar a esperança de todos nós. Mesmo com todas as dificuldades, as nossas vozes são ouvidas”, afirmou.
Agenda libertária
Presente no encontro, a deputada estadual Olívia Santana, pré-candidata a prefeita de Salvador, encorajou as participantes do seminário a assumirem as bandeiras de luta em defesa das mulheres que, em algumas ocasiões, são incompreendidas. Para ela, não se pode perder de vista que as pautas são, no fim das contas, alicerçadas em ideais de liberdade e igualdade.
“A gente tem uma agenda linda, libertária. O que não estamos conseguindo fazer é plantar isso no coração do nosso povo. O feminismo não é como o machismo. Machismo é opressão. Feminismo é libertário. Estamos aqui para discutir uma nova sociedade, em que homens e mulheres tenham condições de igualdade”, argumentou Olívia Santana.
‘Cuidatoriado’
O termo ‘cuidatoriado’ foi apresentado no seminário por Julieta Palmeira, secretária de Política para as Mulheres do Governo do estado, como algo a ser combatido. A ideia está relacionada ao fato de as funções tidas como apropriadas para as mulheres na sociedade estarem sempre ligadas ao cuidado. Esse é, segundo ela, um dos elementos que afastam as mulheres dos espaços de poder, pois a política é vista como um meio fechado para as ‘cuidadoras’.
“Temos que enfrentar essa ideia do ‘cuidatoriado’. Queremos mulheres na política não por uma simples disputa entre homens e mulheres, mas porque é na política que se decide a vida das mulheres. Precisamos estar nesses espaços de decisão”, disse Julieta.
A secretária ainda apresentou pautas que devem ser prioritárias para a luta de mulheres, no âmbito dos municípios: além da ocupação do poder, construção de cidades democráticas para mulheres (com mais creches e escolas integrais para os filhos, por exemplo); garantia de acesso à educação; combate à violência; e fortalecimento dos centros de atenção à saúde da mulher.
Experiências
As vereadoras Aladilce Souza (Salvador) e Nildma Ribeiro (Vitória da Conquista) foram escolhidas para representar os mandatos de mulheres comunistas nos municípios. Na ocasião, elas, que são reconhecidas pelo trabalho em prol das mulheres, falaram sobre a experiência da vereança e deram sugestões de atuação para as participantes.
Aladilce, que já está no quarto mandato, afirmou que o tempo no Legislativo não a livra do machismo, e que isso revela a importância de continuar perseguindo a luta pela igualdade de gênero. “Não basta ser mulher. Temos que ir sabendo o que fazer lá. Uma vereadora deve, em um ambiente machista, defender as pautas feministas. Se não levantarmos, os homens não levantam”, acrescentou.
Nildma conta que não vê outra explicação senão o machismo para o fato de ter 17 projetos de sua autoria engavetados na Câmara de Conquista. Até agora, conseguiu aprovar 10, mas já considera isso uma vitória. “A nossa luta é por mais políticas públicas que atendam a mulher, a periferia, os jovens”, concluiu.
Conferência
O seminário ‘Mulheres nas Eleições 2020’ do PCdoB-BA continua no turno da tarde com orientações sobre comunicação (Nágila Maria, secretária estadual), finanças (Ricardo Abreu ‘Alemão’, secretário nacional) e legislação (Aline Ferraz e Vandilson Costa, advogados). O encontro serviu para debater, também, a realização da Conferência Estadual de Mulheres, marcada para o dia 16 de maio.
A Conferência na Bahia servirá para promover debates e formular questões que serão levadas à Conferência Nacional de Mulheres do PCdoB, que vai acontecer entre os dias 22 e 24 de maio, em São Paulo (SP).

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