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Seminário em Salvador debateu desafios e saídas para crise do trabalho

6 junho, 2019

 

 
O presidente nacional da Fundação Maurício Grabois (FMG), Renato Rabelo, esteve em Salvador, nesta quinta-feira (06/06), para participar do seminário ‘Reestruturação produtiva e os novos desafios do mundo do trabalho’, promovido pela Secretaria de Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), do Governo do estado. Ele esteve ao lado de Márcio Pochmann (Fundação Perseu Abramo), Nivaldo Santana (CTB) e Clemente Ganz (Dieese).
Na ocasião, Renato trouxe reflexões de como lidar com as novas formas de trabalho, a partir, principalmente, das novas tecnologias e da reforma trabalhista, aprovada em 2017, durante o governo de Michel Temer. Para o ex-presidente nacional do PCdoB, é evidente uma crise no mundo do trabalho, que é marcada pela precarização sob um pretexto de modernização, mas, contudo, o caminho não deve ser o de impedir a chegada e o avanço tecnológico.
“A compreensão das forças progressistas é que [principalmente] esse avanço tecnológico não pode ser barrado, porque faz parte da criatividade, da inteligência humana. Temos é que colocar isso a serviço de um projeto de emancipação dos trabalhadores”, disse.
Renato Rabelo defendeu que o cenário atual, marcado por financeirização, rentismo e subordinação do Estado à financeirização, foi previsto por Karl Marx. “Há mudanças no mundo do trabalho, mas também nas relações sociais. Essa é uma fase mais sofisticada do capitalismo e foi prevista por Marx. Qual é a dialética? Desvalorização do trabalho e do capital”, afirmou.
Além de debater o diagnóstico, o encontro serviu, também, para uma discussão sobre alternativas de tratamento da crise. Para Renato, uma vez aceita essa nova realidade, os setores de defesa dos interesses da classe trabalhadora deve se dedicar à luta pela valorização do trabalho.
“Sindicatos e centrais devem lutar por um projeto de país. É preciso ter um projeto estratégico, que abra espaço para uma nova sociedade, que suplante a financeirização e o rentismo”, defendeu.
Otimista, Márcio Pochmann concordou que há um cenário preocupante para os trabalhadores, mas avaliou que é possível contornar a lógica de precarização das novas relações de trabalho. “Precisamos romper o bloqueio situacional. Estamos perdendo o jogo, mas podemos virar. Só perde que não luta”.
Greve Geral
Diretor de Relações Institucionais da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), Nivaldo Santana explicou que, junto com as novas formas de trabalho, vem uma preocupante manipulação ideológica. “Buscam naturalizar essa na precarização, como se isso fosse comum à chegada das novas tecnologias”.
Nivaldo lembrou da reforma da Previdência, proposta do governo Bolsonaro, que, se aprovada, deverá ser, segundo ele, mais um ataque contra os direitos dos trabalhadores, depois da reforma trabalhista. É por conta disso que foi convocada a greve geral, que acontece no próximo dia 14, em todo o Brasil, contra a política do atual governo para os trabalhadores.
“Só com um novo governo, com uma nova política, nós conseguiremos avançar”, finalizou Nivaldo.

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