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Vereadores do PCdoB contribuem para debate sobre o Fundo de Mobilidade

10 dezembro, 2018

 
Os rodoviários de Salvador ocuparam o auditório do edifício Bahia Center, anexo da Câmara Municipal, na tarde da última sexta-feira (7), para apresentar suas propostas para o transporte público da capital durante a audiência pública que debateu o Fundo Municipal de Mobilidade Urbana (FMMU), que foi enviado à Casa em regime de urgência e será votado na próxima terça-feira (11). Os vereadores Helio Ferreira e Aladilce Souza, do PCdoB, participaram do debate e deram contribuições.
Também presente no debate, o secretário de mobilidade urbana, Fábio Mota, falou da função do FMMU. “Esse Fundo é um Fundo financeiro, garantidor. Ele não é um Fundo executor, ele não vai fazer obras, não vai ser ordenador de despesas. Nós temos hoje uma frota em média de 6 anos e éramos para estar com a frota de 3 anos e meio. Em função do TAC [Termo de Ajuste de Conduta] também foi suspensa essa cláusula contratual. As empresas estão dizendo que hoje não têm crédito para comprar ônibus por estarem nas listas do Serasa, SPC. Então qual é a ideia do fundo? Aquele fundo garantidor vai garantir por exemplo que a empresa “x” vá até a concessionária, compre 100 ônibus novos e o Fundo entraria como operação de garantia. Se a concessionária não pagar o Fundo estará dando a fiança.”, sinalizou.
A atividade foi proposta pelo vereador Helio Ferreira (PCdoB). Ele lembrou que o modelo enviado pelo prefeito se baseou em um Projeto de Lei de sua autoria mas que deixou de fora ações sociais e a criação de um centro de saúde para atender aos trabalhadores. “Queremos que esse Fundo tenha um cunho social e de corrigir distorções na questão da mobilidade, com a inserção das pessoas que andam a pé por falta de condições, com a integração do rodoviário e uma inserção tanto para o trabalhador de transporte, quanto para as comunidades. Precisamos garantir alguns subsídios, como já são garantidos em outras capitais do país. Nós, trabalhadores de transporte, vamos ter melhorias, vamos garantir nossos postos de trabalho, mas não é só nós, a população vai ganhar com o acesso dos estudantes que terão direito a ir às suas escolas gratuitamente, aos desempregados poderem ir procurar o seu emprego gratuitamente e os aposentados terem a gratuidade reduzida para 60 anos.”
Fabio Primo, presidente em exercício do Sindicato dos Rodoviários da Bahia, cobrou ações voltadas para os trabalhadores. “É inadmissível criar um Fundo sem pensar em quem faz o transporte público em Salvador, que são os rodoviários. É necessário a gente colocar algumas coisas que esse Fundo garanta também. Se ele pode garantir o empréstimo para o 13°, financiamento de carro, ele pode também garantir o empréstimo para a gratificação do Carnaval e outras gratificações, o centro de apoio aos rodoviários e outros. Como pode ser usado para garantir empréstimos para as empresas, ele pode ser usado também para pagar o que a categoria tem de direito.”
O secretário de comunicação do Sindicato, Daniel Mota, parabenizou a iniciativa. “A gente precisa parabenizar este presidente Hélio Ferreira, pelo fato de estar dando o primeiro passo para a inclusão dos trabalhadores no processo evolutivo da cidade. Nunca os rodoviários foram chamados para um debate de magnitude de transporte da cidade de Salvador. Eu acho que neste momento a gente da um primeiro passo na inclusão dos trabalhadores num acento em um debate.”.
O líder comunitário Jorge Piedade, que também é rodoviário e conhecido como Popeye, denunciou a retirada de ônibus dos bairros. De acordo com ele, o cancelamento da linha para a Barra após o metrô está prejudicando a população. “O Barra sai da Santa Mônica, pega a San Martin, Largo do Tanque, Baixa do Fiscal, Calçada, São Joaquim, Comércio e Montanha. Como é que o Barra vai fazer essa integração com o metrô? Eu quero ir para a calçada e vou ter que pegar o metrô, vou ter que sair da Santa Mônica, ter esse grande transtorno para a comunidade?”
Ferreira, que preside a Comissão de transportes e Serviços da Câmara e está licenciado da presidência do Sindicato, apresentará emendas para corrigir as distorções. “As colocações aqui foram anotadas, filmadas e registradas. Vamos selecionar todas e apresentar como emendas. Com esse subsídio com certeza teremos mais ônibus na cidade, atendendo mais as comunidades, não precisando necessariamente retirar os linhas que existentes nas comunidades. Com isso, haverá mais postos de trabalho e menos clandestinos.”, completou.
A vereadora Aladilce Souza (PCdoB) participou dos debates e falou da importância de oferecer uma maior atenção à vida destes profissionais. “É importantíssimo que vocês estejam aqui na Câmara discutindo uma política pública importante que diz respeito a vida de vocês. São 12.600 rodoviários na cidade de Salvador, e suas famílias, que têm uma responsabilidade. É um leão por dia e nós precisamos que o serviço de transporte seja qualificado, que a gente tenha trabalhadores em condições de sanidade mental e tranquilidade para cuidar bem das pessoas que transportam.”
 
Com Ascom/ Helio

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