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Encontro Internacionalista no FSM aprova moção de apoio à Venezuela

17 março, 2018


No último dia do Fórum Social Mundial (FSM), neste sábado (17/03), o Cabrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz) e a ACJM (Associação Cultural José Martí) realizaram um encontro internacionalista contra o imperialismo, o neocolonialismo e o neoliberalismo. Na ocasião, foi aprovada uma moção de solidariedade à Venezuela.
A presidenta do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes, defendeu a necessidade de manifestar o apoio à Venezuela como forma de tentar barrar a atuação do imperialismo, que busca voltar a opinião pública mundial contra o país. Para ela, não há outro caminho na luta contra as forças imperialistas que não passe pela união dos povos oprimidos.
“A Venezuela é, agora, o símbolo da luta contra o imperialismo e pela autodeterminação dos povos. Os povos do mundo estão irmanados com os venezuelanos, com [o presidente venezuelano Nicolás] Maduro, para que os Estados Unidos [que representa o imperialismo] tirem as patas da Republica Bolivariana da Venezuela”, afirmou Socorro.
O secretário nacional de relações exteriores do PCdoB, José Reinaldo Carvalho, também esteve presente no debate e garantiu que a defesa da Venezuela, neste momento, é a própria defesa da América Latina, considerada a mais resistente ao imperialismo. Para ele, o imperialismo estadunidense está em declínio, mas, ainda assim, é preciso proteger a autonomia latina das agressões.
“Entre as forças resistentes, está a nossa América Latina, que foi capaz de produzir a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos [Celac] sem a tutela do imperialismo estadunidense. Eles que fixaram isolados. Hoje, nas condições que estamos vivemos, a mãe de todas as lutas é a defesa da República Bolivariana da Venezuela, pois os EUA estão se preparando para uma agressão”, afirmou José Reinaldo.
Entre os participantes do encontro, além dos brasileiros, estavam representações do Irã, Palestina, França, Argélia, Venezuela, Cuba, Saara Ocidental, entre outros. A representante venezuelana, Pascualina Curcio, que vai transmitir a moção de solidariedade, agradeceu o apoio e explicou que a luta do povo venezuelano é pela independência de todos os povos.
“A arma imperialista sufoca o povo venezuelano. Nos bloqueiam economicamente e  pressionam o povo da América Latina contra o povo venezuelano. Dizem que Venezuela é uma ditadura, mas o que queremos é promover a justiça social com paz. A luta da Venezuela é a luta de todos os povos que lutam pela independência e soberania”, disse Pascualina Curcio.
Cuba x Venezuela
O dirigente da Central dos Trabalhadores de Cuba, George Batista, participou do encontro e falou das similaridades entre os ataques a Cuba e à Venezuela, principalmente em relação à pressão feita através do bloqueio econômico. Na ocasião, manifestou a solidariedade do povo cubano aos venezuelanos.
“Cuba é um país de trabalhadores, uma república unitária. É uma revolução para os humildes. Estamos solidários a todos os povos que lutam pelo bem-estar coletivo, pela soberania, pela independência. Apoiamos o povo venezuelano, que sofre a ingerência americana. Estaremos sempre na primeira linha de defesa”, afirmou George Batista.
O presidente do Cebrapaz, Antônio Barreto, aproveitou para pedir a saída dos Estados Unidos de Guantânamo, que pertence a Cuba e está ocupada por uma base militar estadunidense. Ele também condenou o reconhecimento que Donald Trump, o presidente dos EUA, fez de Jerusalém como a capital de Israel, ignorando a luta do povo palestino pelo território.
Golpe e perspectivas
Na oportunidade, Barreto também denunciou às representações estrangeiras o golpe contra o mandato da presidenta Dilma Rousseff, em 2016, e falou em união para barrar as medidas do governo de Michel Temer, principalmente a intervenção federeal no Rio de Janeiro.  “Precisamos unir o nosso povo, toda a esquerda para derrubar esse golpe, que já tem uma característica militar”.
O dirigente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Aurino Pedreira, avaliou como positivas as discussões do Fórum Social Mundial em Salvador, nestes últimos cinco dias. Agora, segundo ele, é a hora de aproveitar as reflexões e partir para a construção de uma atuação unificada.
“Esse é o momento do reforço das nossas resistências. Certamente, vamos sair desse Fórum Social Mundial com a unidade”, disse Aurino Pedreira

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