Notícia

Os impactos da reestruturação dos bancos públicos na economia baiana

9 outubro, 2017

A audiência pública realizada hoje (09/10), na Assembleia Legislativa da Bahia, sobre os impactos da reestruturação dos bancos públicos na economia baiana, foi convocada pelo deputado estadual Jean Fabrício (PCdoB-BA), em conjunto com a Federação dos Bancários da Bahia e os sindicatos da base. A sessão foi aberta pelo presidente da Federação dos Bancários, Emanoel Souza, que compôs a mesa com representações de lideranças das instituições.
O primeiro orador, Jair Pedro Ferreira, presidente da Federação Nacional das Associações de Pessoal, lembrou que só restaram 10 bancos públicos após o processo anterior de privatizações. Para ele, essas empresas são fundamentais para equilibrar o sistema, para evitar que os bancos privados ditem as regras, na medida em que esses instrumentos públicos são os gestores dos fundos constitucionais e de dezenas de programas sociais.
Pela representação dos empregados do Banco do Brasil, falou o funcionário Fabio Ledo. Ele afirmou que o BB já perdeu mais de 10 mil funcionários sem reposição, sinalizando o esvaziamento dessa instituição bicentenária. Para ele, é uma grande mentira os discursos dos privatistas de que os bancos públicos são ineficientes, porque os resultados demonstram exatamente o contrário.
Representando a Associação dos Funcionários do BNB, Jeane Pereira ressaltou a necessidade das entidades participarem de todos os espaços onde se discuta os bancos públicos para defendê-los, defender a região e a economia do nordeste. Ela afirmou que, na Bahia, foram fechadas seis agências, e todas elas se justificavam. “O BNB também é alvo da chamada “reestruturação” com fechamento de agências e programas de estímulo à aposentadoria, que visa desmantelar o banco, para posteriormente levar a privatização”, disse.
O deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA) considera esse debate de grande relevância. Segundo ele, as ameaças contra os bancos públicos sempre estiveram presentes, mas dessa vez os ataques estão num contexto de destruição de todas as políticas públicas por parte do governo golpista. Ele afirmou estar confiante na mobilização da sociedade em defesa dos instrumentos que o país dispõe para políticas de desenvolvimento.
O presidente do Sindicato dos Bancários da Bahia, Augusto Vasconcelos, ressalta a necessidade de ampliar esforços numa batalha em que, no Congresso Nacional, a maioria está associada à tese de desmonte dos bancos públicos. Para ele, a retirada do FNE (Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste) do BNB – uma ameaça real -, pode inviabilizar a existência do banco. Vasconcelos fez duras críticas à gestão do Desenbahia, que vem adotando uma postura antissindical e autoritária na relação com o Sindicato. Disse ainda que as mudanças nas taxas de juros do BNDES são uma medida que visa o desmantelamento do banco.
O presidente da CTB Estadual, Pascoal Carneiro, lembrou que não existe economia forte no mundo capitalista sem a presença dos bancos públicos. Destacou que alguns tipos de operação de crédito, somente essas estatais fazem, e que essas instituições são o principal fator de movimentação da economia dos municípios nordestinos.
Gilberto Viera, representante da CONTEC (Confederação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito), citou que é muito raro os trabalhadores demitidos nessas empresas se reencontrarem no mercado de trabalho. Ele registra também a queda abrupta da renda de milhares de funcionários que tiveram perda ou redução nas funções, ressaltando o grave prejuízo que essas medidas têm no atendimento ao público.
O representante da Associação dos Gerentes do Banco do Brasil, Levi Gomes, disse que é uma insanidade abrir mão dos bancos públicos, que são fundamentais para defesa da economia nacional.
Em nome dos sindicatos do interior, falou a presidenta do Sindicato dos Bancários de Feira de Santana, Sandra Freitas. Ela acha necessária a ampliação da luta em defesa dos bancos públicos, trazendo vários setores da sociedade, e cobrando o apoio de todos os parlamentares.
Para finalizar, o presidente da Federação dos Bancários da Bahia, Emanoel Souza, registrou a boa presença de entidades representativas e a necessidade de reprodução desse tipo de evento em outras casas legislativas.
Fonte: Ascom PCdoB-BA

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