O ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), comentou o cenário político, em uma entrevista ao portal UOL, especialmente o julgamento do ex-presidente Lula, no próximo dia 24 de janeiro, no TRF 4, em Porto Alegre. Na avaliação de Genro, Lula vive uma perseguição motivada por sua força política, que “aguça o ódio dos adversários”.
Para ele, o ex-presidente deve ser candidato neste ano para “submeter-se à soberania popular e contestar as acusações que lhes são feitas”, pois é do povo “que emana, constitucionalmente, todo o poder”. As acusações contra Lula, completa ele, têm representado em uma liquidação política de todo o reformismo de esquerda e de centro esquerda, “que começa a vingar no país”.
Tarso Genro ainda criticou as atuações do Ministério Público Federal, responsável pela denúncia contra Lula, e do Judiciário federal, que está julgando o processo contra o ex-presidente. Segundo ele, tais entidades se alinharam politicamente e perderam a neutralidade formal “que deve presidir estas instâncias republicanas”.
Ainda na entrevista, o ex-governador gaúcho defendeu a possibilidade de outros partidos de esquerda lançarem candidaturas próprias, sem que isso comprometa a unidade. “Temos que lutar para formar uma esquerda plural, sem hegemonismos pré-concebidos e isso só se consegue com várias vozes da esquerda falando para a sociedade”, disse.
Todas as candidaturas devem estar postas, segundo ele, pois, se uma for excluída, como a de Lula, o candidato vencedor “perderá a legitimidade para governar, pois terá chegado ao poder sem vencer o principal candidato ao posto presidencial”.