O secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte, Davidson Magalhães, avalia que o mundo do trabalho está passando por sérios desafios, sobretudo na área industrial, e o Brasil, em particular, vive uma fase de desindustrialização. “O peso da indústria no PIB tá chegando nos níveis de quando o país era uma grande fazenda de café na década de 30. É um retrocesso muito grande”, afirmou, na última terça-feira (16/07), durante uma entrevista ao site Oops!
Davidson falou ao site depois que ministrou uma palestra para os trabalhadores do Polo Industrial, no Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari. “A China tem projeto de desenvolvimento na área de inteligência artificial, indústria 4.0. Isso acontece na Alemanha, Estados Unidos, e aqui estamos desmontando a indústria 2.0. Viemos colocar os desafios da classe trabalhadora diante dessa nova realidade, sobretudo com um ataque muito intenso aos direitos e a organização sindical”, destacou.
Sobre a reforma da Previdência, o secretário classificou como “um absurdo” que tira direitos dos mais pobres. “É um impacto muito grande na vida das pessoas, no futuro, no período em que elas mais precisam, que é na velhice. E vai empobrecer os municípios. […] A principal renda que circula nos municípios é exatamente a Previdência e a assistência social. Na medida em que diminui o acesso a isso, você também diminui a renda que circula nos municípios e afeta a economia local”, enfatiza. “Um pais que não paga distribuição de lucros, que não tem imposto sobre grandes fortunas e que são penalizados os mais pobres”, completa.
O secretário também destacou as ações da Setre, neste primeiro ano em que está à frente da pasta. “O primeiro desafio, a nível nacional, é o desmonte do Ministério do Trabalho. Como que vai manter as políticas públicas de intermediação de mão de obra e qualificação sem apoio do Governo Federal? Estamos mantendo essas políticas, pensando quais são as modificações diante dessa realidade […]. Tá intensificando mesmo na adversidade”, afirma, ao citar ações da secretaria como o Qualifica Baia e o Programa Trilha.
“Também acabou o Ministério do Esporte. Políticas públicas importantes de iniciativas esportivas estamos mantendo”, completou Davidson, destacando a realização da Copa 2 de Julho e dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBS), reformas de quadras e implantação de campos de futebol em antigos Centros Sociais Urbano (CSU).