Notícia

Deputados do PCdoB-BA criticam retomada do programa Future-se pelo MEC

29 maio, 2020

Em meio à pandemia do novo coronavírus, o governo Bolsonaro retomou a proposta de privatização das universidades brasileiras, com o resgate do Future-se, programa defendido em 2019 pelo Ministério da Educação, e amplamente criticado por entidades ligadas ao setor e no meio político. Um projeto de lei com a proposta foi encaminhado ao Congresso Nacional nesta semana.
A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA), que é ligada às universidades, afirmou que a proposta é um “absurdo” e haverá luta para derrubá-la no Congresso. “Em plena pandemia, o governo quer retomar seu projeto de privatização das universidades. O Future-se fere o princípio da autonomia universitária. É um grande retrocesso para a educação brasileira. Iremos trabalhar para derrotá-lo”, afirmou.
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) defendeu que o projeto não serve para as universidades, pois tira delas a autonomia. Além disso, lembra o parlamentar baiano, a proposta já havia sido rejeitada antes, portanto, não há motivos nem momento favoráveis para a retomada da discussão sobre o programa.
Daniel ainda criticou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pela insistência, ainda mais em um período inapropriado. “Mas não podemos esperar credibilidade de um ministro que tem falas fascistas e que desrespeita a Constituição e as maiores autoridades brasileiras, ao chamar os integrantes do STF de “vagabundos”. Agora, ele deve prestar esclarecimentos às autoridades sobre suas falas absurdas e preconceituosas, que desrespeitam a Constituição. É uma vergonha nacional”, afirmou o parlamentar em referência às falas de Weintraub durante a reunião ministerial do dia 22 de abril.
O Future-se é uma iniciativa do MEC que visa a reestruturação do financiamento do ensino superior público, ampliando a participação de verbas privadas no orçamento universitário. A União Nacional dos Estudantes (UNE) também criticou o envio da proposta. Para o presidente da entidade, Iago Montalvão, a atitude demonstra a “inversão de prioridades” do governo Bolsonaro.
“Inacreditável. No meio da maior crise sanitária que o mundo viveu, com mais de 20 mil mortes no Brasil, as universidades com aulas suspensas e uma série de dificuldades, o MEC resolve encaminhar o projeto do Future-se para a Câmara. Que inversão de prioridades absurda”, afirmou o presidente da UNE.
 
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